Uso de cigarro eletrônico aumenta risco de câncer no pulmão, alertam especialistas
Cigarros eletrônicos, populares entre jovens, preocupam oncologistas devido ao potencial de causar doenças graves, incluindo câncer de pulmão
Os cigarros eletrônicos, conhecidos como "vapes", têm se tornado cada vez mais populares, especialmente entre os jovens, mesmo com a proibição de sua comercialização e importação no Brasil desde 2009.
Apesar de serem amplamente vistos como uma alternativa menos nociva ao cigarro convencional, especialistas alertam que esses dispositivos podem, na verdade, aumentar os riscos de doenças graves, incluindo o câncer de pulmão.
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CÂNCER DE PULMÃO: UMA AMEAÇA GLOBAL
O câncer de pulmão continua sendo uma das principais causas de morte por câncer no mundo.
No Brasil, as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para 31.270 novos casos e 28.620 óbitos esperados em 2024.
No Espírito Santo, a previsão é de 580 novos pacientes e 530 mortes. Esses números alarmantes são um lembrete da gravidade da doença e da importância da prevenção, especialmente durante o mês de agosto, quando a campanha Agosto Branco busca conscientizar a população sobre os riscos e sintomas do câncer de pulmão.
O TABAGISMO E O CÂNCER DE PULMÃO
O tabagismo é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão, tornando-se o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença.
Mas, uma mudança no comportamento da população, especialmente entre os jovens, tem preocupado os médicos.
De acordo com a oncologista Isabella Favato, da Oncoclínicas Espírito Santo, o crescente uso de cigarros eletrônicos é motivo de alarme.
"Embora sejam comercializados como uma alternativa mais segura ao tabaco convencional, os vapes contêm nicotina e outras substâncias tóxicas, algumas das quais são potencialmente cancerígenas.
O uso desses dispositivos pode aumentar o risco de desenvolver doenças respiratórias, além de condições como enfisema pulmonar, problemas cardiovasculares, dermatite e, potencialmente, câncer de pulmão", explica Favato.
ESTUDOS APONTAM PARA RISCOS POTENCIAS
A preocupação com o uso de cigarros eletrônicos não é infundada. Diversos estudos científicos têm investigado os efeitos desses dispositivos na saúde humana, e os resultados são preocupantes. Um estudo realizado na Coreia do Sul, divulgado em maio deste ano, analisou os dados de mais de 4,3 milhões de indivíduos que trocaram o cigarro convencional pelos vapes.
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Os pesquisadores descobriram que aqueles que adotaram os dispositivos eletrônicos apresentaram um risco maior de diagnóstico de câncer de pulmão e de morte relacionada à doença em comparação com aqueles que pararam de fumar sem recorrer aos vapes.
Outro estudo, realizado pela Universidade de Nova York em 2019, revelou que os cigarros eletrônicos podem causar câncer de pulmão de maneira semelhante ao cigarro tradicional.
Esse estudo destacou que os vapes atraem usuários com seus sabores e aromas variados, o que pode mascarar os perigos reais associados ao seu uso.
Um levantamento de 2015 do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos também estabeleceu uma ligação entre o vapor dos vapes e a ocorrência de inflamações pulmonares.
Essa inflamação é causada pela inalação de substâncias como acroleína, formaldeído, diacetil e partículas ultrafinas, todas potencialmente prejudiciais ao pulmão.
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UM ALERTA AOS JOVENS
O aumento do uso de vapes entre jovens é especialmente preocupante. Muitos adolescentes são atraídos pelos sabores exóticos e pela crença equivocada de que os cigarros eletrônicos são menos nocivos do que o tabaco tradicional.
No entanto, essa percepção pode ser enganosa e perigosa.
Segundo a Dra. Isabella Favato, é essencial que a população entenda que os cigarros eletrônicos não são isentos de riscos à saúde.
"O uso de vapes não deve ser incentivado de forma alguma, especialmente entre pessoas que nunca fumaram. Esses dispositivos podem servir como porta de entrada para o tabagismo tradicional, o que é particularmente perigoso entre adolescentes e jovens.
O impacto negativo dos vapes pode se estender além do risco de desenvolver câncer de pulmão, incluindo a possibilidade de outras doenças respiratórias graves e problemas de saúde a longo prazo", alerta a oncologista.
PREVENÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO
A prevenção continua sendo a melhor estratégia na luta contra o câncer de pulmão. Evitar o tabagismo em todas as suas formas, incluindo o uso de vapes, é crucial para reduzir o risco de desenvolver essa doença devastadora.
A campanha Agosto Branco desempenha um papel fundamental na conscientização sobre os perigos do tabagismo e na promoção de estilos de vida saudáveis.
As mensagens da campanha são claras: parar de fumar é a melhor decisão que alguém pode tomar para proteger a sua saúde pulmonar.
Além disso, a adoção de uma dieta balanceada, a prática regular de exercícios físicos e a realização de exames preventivos são medidas que podem contribuir significativamente para a prevenção do câncer de pulmão.
A REALIDADE DOS VAPES
Apesar das proibições e dos alertas dos profissionais de saúde, o uso de vapes continua a crescer, especialmente entre os jovens. Isso representa um desafio significativo para as autoridades de saúde e para a sociedade como um todo.
A percepção de que os vapes são uma alternativa segura ao cigarro tradicional é perigosa e pode ter consequências graves para a saúde pública.
É essencial que os pais, educadores e profissionais de saúde estejam atentos a essa tendência e trabalhem juntos para educar os jovens sobre os riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos.
A prevenção é a chave para proteger as futuras gerações do impacto devastador que o câncer de pulmão pode ter.
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