Saúde

Estetoscópio podcast: 35% das brasileiras sofrem de disfunção sexual

Fatores físicos, psicológicos, orgânicos, medicamentos e estilo de vida são causas para o problema

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Em apenas 13% dos casos, os distúrbios são provenientes de fatores orgânicos

Atualmente a vida sexual feminina tem rompido muitos tabus. Porém, mesmo com maior acesso a informação e tratamentos, os distúrbios sexuais na mulher são comuns em qualquer idade: além de fatores físicos, as causas também podem ser psicológicas, orgânicas ou até por conta da ingestão de alguns medicamentos e estilo de vida. Uma pesquisa realizada em consultórios ginecológicos mostrou que 35% das mulheres adultas brasileiras sofrem de algum tipo de disfunção sexual. 

A fisioterapeuta pélvica Thaís Págio listou as principais disfunções sexuais femininas, suas causas, sintomas e o tratamento ideal para cada uma delas que, felizmente, costuma ser bastante simples e eficaz.

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Foto: Shuany Matos
Fisioterapeuta pélvica Thaís Págio.

Dor na relação (dispareunia) - pode ser decorrente de infecção, inflamação, patologia ou uma disfunção como vaginismo (em que a mulher não consegue ter nenhum tipo de penetração sem dor) e vulvodinia (incômodo persistente há mais de três meses, normalmente caracterizado como uma sensação de ardor provocada por toque ou pressão). O ideal é procurar um ginecologista, que fará o diagnóstico do problema e trabalhará, de forma multidisciplinar, com um fisioterapeuta pélvico, psicólogo e um psiquiatra quando necessário.

Falta de libido - a mulher precisa avaliar como está seu relacionamento com o parceiro ou a parceira, o trabalho, o dia a dia e, se achar que está tudo bem, precisa checar as taxas hormonais (testosterona, prolactina, T3, T4 e TSH) e os efeitos medicamentosos, sobretudo de antidepressivos e anticoncepcionais.

Anorgasmia - a ausência ou retardo de orgasmo acomete muitas mulheres e pode ocorrer por conta de fraqueza muscular ou tensão na musculatura que envolve o clitóris da mulher. É algo super fácil de tratar por meio da fisioterapia pélvica, em que ela vai fortalecer ou corrigir essa alteração da musculatura e principalmente aprender a conhecer seu corpo, mudando um pouco sua rotina sexual.

Flatulências vaginais - são comuns quando ocorrem em alguma posição ou esporadicamente. Entretanto, quando ocorrem de maneira frequente, é um sinal de que há uma fraqueza muito grande no assoalho pélvico, sendo necessário fortalecê-lo para evitar até mesmo futuras complicações. É também um problema fácil de tratar por meio da fisioterapia pélvica e o resultado costuma ser bastante rápido.

Live- Disfunções Sexuais: quebrando o tabu e criando as próprias regras

Foto: Matheus Rabello
A repórter Larissa Agnez (esquerda) e a fisioterapeuta pélvica Thaís Págio (direita), durante live "Disfunções Sexuais: quebrando o tabu e criando as próprias regras", no Facebook do Folha Vitória. 

Tabu

"Mesmo a sexualidade sendo um tabu, é algo que influencia muito na saúde e na qualidade de vida, então as pessoas não podem negligenciar isso achando que é algo que só acontece com elas. É algo que acontece com todo mundo. Tão importante quanto qualquer outra doença ou disfunção e, por isso, precisa ser tratado corretamente", orienta Págio. 

Sexualidade 

A ginecologista e sexóloga, Lorena Baldotto comenta que o prazer sexual é sinônimo de saúde e as mulheres precisam investigar o motivo do distúrbio. "Um dos principais é a diminuição da libido, os dados mais recentes do Centro de Referência e Especialização em Sexologia revelam que 48,5% daquelas que procuram ajuda por conta de disfunções sexuais, relatam redução, ou perda total da vontade de ficar com seu parceiro", informou Baldotto.

A especialista ainda complementa dizendo que em apenas 13% dos casos, os distúrbios são provenientes de fatores orgânicos. Lorena comenta que com exceção dos poucos casos de mulheres que têm disfunções por causas orgânicas, é recomendado uma ginecologista, que também atua na área da sexualidade. "É essencial durante esse processo, assim a mulher pode se soltar, fica mais tranquila, relaxada e quem sabe conseguir uma vida sexual satisfatória. E o que é melhor, não precisa ir nas consultas sozinha, ao contrário, levar seu parceiro além de te ajudar no processo, vai aproximar ainda mais o casal", finalizou Lorena Baldotto. 


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