Saúde

Lipedema: amiga de Luana Andrade relata que influencer sofria com a doença; entenda

Estima-se que cerca de cinco milhões de brasileiras tenham o problema que provoca dor devido ao acúmulo anormal de gordura em regiões específicas do corpo. Saiba como tratar

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Instagram @luandradel

A morte da influenciadora e ex participante do reality show da Record, Luana Andrade, de 29 anos, na última terça-feira (7), levou a uma série de discussões em torno do sonhado corpo perfeito, além de acender um importante alerta em torno dos cuidados e riscos que envolvem os procedimentos estéticos.

Brenda Paixão, uma amiga da influenciadora, de acordo com o portal de notícias R7, nesta quinta-feira (9), disse que a cirurgia aconteceu por causa de uma doença que Luana tinha chamada lipedema.

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Em uma série de vídeos postados nas redes sociais, Brenda, que participou da mesma edição que Luana do reality, escreveu sobre o problema da amiga. "Luana tinha lipedema nos joelhos. Falava dessa cirurgia desde a época do Power… Sempre foi sua vontade remover, falou sobre isso comigo algumas vezes, trazia muitas inseguranças para ela".

Mas, o que é lipedema, ou síndrome da gordura dolorosa? Para começar, entre os fatores que podem ser gatilhos para a doença estão a menopausa, a gravidez e uso de anticoncepcional. O problema também pode estar ligado à genética. 

O lipedema é uma doença vascular inflamatória, muito comum entre as mulheres. Estima-se que cerca de cinco milhões de brasileiras tenham o problema que provoca o acúmulo anormal de gordura em regiões específicas do corpo. Entre as áreas mais atingidas estão braços, joelhos e coxas.

O cirurgião vascular, José Marcelo Corassa, explicou que muitas pessoas chegam a confundir lipedema com obesidade, porém trata-se de problemas diferentes.

"Metade das pacientes com lipedema têm sobrepeso ou obesidade. Tem três coisas que precisam ser observadas: a obesidade, quando a pessoa tem excesso de gordura no corpo de maneira geral, o lipedema, com muita gordura em regiões específicas, pontuais e o linfedema (ou elefantíase). São três doenças diferentes, com tratamentos diferentes".

Cirurgiã plástica e professora da Ufes, Patricia Lyra faz um alerta. “A doença acomete quase exclusivamente mulheres, desencadeada por momentos de desequilíbrio hormonal. Menopausa, gravidez e uso de anticoncepcional acabam sendo gatilhos para a doença. O surgimento tem a ver com o fator genético também”.

Sinais da gordura dolorosa

- Peso nas pernas;

- Corpo desproporcional: parte inferior maior que a superior;

- Inchaço;

- Hematomas;

- Dificuldades para usar calças;

- Dificuldades para subir e/ou descer escadas.

Como tratar o lipedema

Diferentemente do que se pode imaginar, não há grandes mistérios quando se fala em tratar o lipedema. Adotar um estilo de vida saudável, com uma dieta balanceada e equilibrada é fundamental para o controle da doença, já que ela ajuda a desinflamar o organismo.

Inclusive, alguns alimentos considerados inflamatórios, de maneira geral, são excluídos da rotina alimentar da paciente logo no início do tratamento. "Três coisas a gente tira: glúten, açúcar e leite. Nós pedimos também para a paciente fazer um diário alimentar para identificar algumas coisas simples que, às vezes, descompensam todo o tratamento", destacou Corassa.

Além do cuidado com a alimentação, é necessária a prática regular de exercícios físicos. Em alguns casos, o uso de meias de compressão elástica, medicamentos e até mesmo, cirurgias para remoção da gordura doente são prescritos pelo médico.

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