Saúde

Dengue: ES chega a 2.525 casos graves da doença e 41 mortes

Mulheres foram as mais atingidas pela doença no Estado, com 69.545 casos confirmados até o último dia 2 de dezembro; jovens entre 20 e 29 anos lideram a lista de pacientes

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Larvas da dengue em tubo de ensaio

Do início de 2024 até o momento, o Espírito Santo registrou 238.992 notificações de casos de dengue e 156.703 confirmados. Desses, 2.525 evoluíram para a forma mais grave da doença. 

Quando são analisadas as últimas quatro semanas, o coeficiente de incidência é de 193 casos por 100 mil habitantes (nível média), com tendência de aumento, segundo Orlei Cardoso, subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde da Sesa. 

É importante destacar que são considerados pelo Ministério da Saúde, três níveis de incidência acumulada das quatro últimas semanas dos casos de dengue:

- Baixa: (menos de 100 casos/100 mil habitantes);
- Média: (de 100 a 300 casos/100 mil habitantes);
- Alta:  (mais de 300 casos/100 mil habitantes).

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Óbitos notificados foram 182, sendo que 95% deles (173) passaram por investigação, resultando em 41 mortes confirmadas. Em 2023, 99 pessoas morreram devido à dengue. Os números foram apresentados pelo subsecretário durante coletiva de imprensa, nesta terça-feira (10).

Os dois municípios capixabas que registraram mais mortes foram Linhares (9) e Aracruz (5) respectivamente. Em seguida, Afonso Cláudio, Anchieta, Ecoporanga, São Mateus, Serra e Vitória, com duas cada. Outras 25 cidades confirmaram óbitos, sendo um em cada uma delas.

A Chikungunya, arbovirose que tem o mesmo vetor da dengue - Aedes aegypti - também apresentou aumento de notificações e confirmações ao longo dos últimos anos. 

Em 2021, foram 3.285 notificações, em 2022, 3.055, já em 2023 passaram para 18.333 e em 2024, 22.398. Casos confirmados em 2021: 1614. Em 2024, até o momento, 13.510. 

8 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A DENGUE

A médica infectologista Martina Zanotti, lista algumas informações importantes sobre a doença, os sintomas e também tratamentos disponíveis. Veja abaixo:

1. CLIMA: a chuva e o clima quente, típico do verão, apresentam forte influência no aumento de casos da dengue, já que, juntos, são propícios à proliferação do mosquito, que acontece mais rápida.

“As chuvas permitem a proliferação do mosquito e o aumento de casos. A disseminação da doença acontece por termos mais mosquitos infectados”, explicou.

2. DENV1, DENV2, DENV3 e DENV 4: o vírus da dengue é dividido nesses 4 sorotipos. Diante disso, é possível pegar a doença 4 vezes. O maior perigo está justamente na segunda ou terceira infecção. 

“As próximas infecções tendem a ser mais graves do que aquele indivíduo que adquire a doença pela primeira vez”, alerta a médica.

3. SOROTIPOS 3 e 4: é fato que o Brasil registrou o ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus (antes, apenas 1 e 2 estavam em circulação). Com isso, as pessoas ficam mais suscetíveis a pegar a doença, uma vez que quem já pegou dengue pelo sorotipo 1 ou 2, não está livre de pegar a doença pelos outros sorotipos.

4. FÊMEA DO MOSQUITO: a doença é transmitida por meio da picada da fêmea do Aedes aegypti contaminada pelo vírus. A dengue pode levar de 3 a 15 dias para se manifestar.

5. SINTOMAS: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, fraqueza, e em alguns casos manchas vermelhas pelo corpo são os principais sintomas da dengue.

6. DENGUE GRAVE: uma vez diagnosticada a doença, é preciso estar atento aos sinais que podem surgir até dois dias depois que a febre vai embora, quando a pessoa acredita que já está melhor.

“É preciso procurar o médico se a pessoa apresentar: vômitos persistentes, dor abdominal, sangramentos, palpitações, sonolência, confusão mental, ou se o paciente estiver fazendo pouco xixi”, orienta Martina.
Foto: Reprodução/Freepik @prostooleh

7. HIDRATAÇÃO: pacientes com dengue devem beber muita água, porque a doença provoca uma distribuição inadequada dos líquidos no corpo. É como se você tivesse um encanamento com múltiplos furos, e o líquido não vai para o lugar correto. Isso favorece alterações cardíacas, hipotensões, o coração fica sobrecarregado.

“A desidratação é o que complica o quadro e pode levar as formas mais graves da doença”, alerta a médica.

8. VACINA: a vacina é destinada tanto para quem já teve dengue, quanto para as pessoas que ainda não pegaram a doença. Neste ano, a vacinação pelo SUS é destinada crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, após pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa.

A vacina também está disponível em clínicas particulares.

Saiba como evitar a dengue

O ciclo de reprodução do Aedes aegypti é muito rápido. São apenas apenas sete dias entre ovo e mosquito adulto. Portanto, é fundamental que as pessoas chequem uma vez por semana possíveis focos dentro das residências.

* Limpe o quintal, e jogue fora o que não é utilizado;

* Retire a água dos pratos de plantas;

* Garrafas vazias devem ser colocadas de cabeça para baixo;

* Tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água devem ser mantidos fechados;

* Quintais devem estar sempre bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas;

* Escove bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água) e mantenha-os sempre limpos.