Inveja? Entenda o que é esse sentimento e como lidar com ele
Alguém que você conhece é promovido, compra um celular novo, consegue comprar o carro dos seus sonhos ou emagrecer 5 quilos, ou engravidar.
Qual é o seu sentimento? Você já refletiu sobre o que você sente? Independentemente do que você acredita espiritualmente (que inveja é pecado, por exemplo) o fato de você sentir ou não independe de qualquer fé que tenha. E, mesmo que seja cristão, ainda sim somos capazes de pecar, certo? Aliás, é a característica de nós mortais. Não entrando neste mérito da espiritualidade, podemos analisar por outro aspecto.
Foquemos no sentimento esquisito quando alguém consegue algo que você queria muito e você não fica 100% feliz pela aquela pessoa.
Primeira coisa que eu tenho para te falar é o seguinte: isso é normal, não quer dizer que você é uma pessoa “ruim”. Todos nós nos conectamos com nosso lado “sombra” de vez em quando. Está tudo bem você se sentir assim, mas se você consegue perceber que este sentimento não te faz bem, e não é legal este sentimento, faça a seguinte reflexão:
Se você tivesse esse algo que esta pessoa conseguiu conquistar você ficaria feliz por ela também ter conquistado? Se sua resposta foi sim, vê se consegue me acompanhar, o que te atrapalhou a ficar 100% feliz da primeira vez foi o fato de VOCÊ ainda não ter conquistado e não que esta pessoa conseguiu, certo?
Isso significa que o seu sentimento tem mais a ver com o que você conquista ou pode conquistar do que o outro. Assim, o nosso sentimento aflora quando temos a opinião de que não conquistaremos isso, ou seja, quando não temos confiança sobre nós mesmos, somos inseguros ou temos uma “crença” já consolidada de que aquilo não acontecerá conosco. Isso é a conhecida inveja.
Acontece que ser inseguro significa ter o sentimento de que sobre aquela situação específica nós não conquistaremos, ou que não temos capacidade/coragem/condições para buscar/conseguir. Ou apenas ter uma crença de que não conquistará aquilo, ou seja, você piamente acredita que aquilo nunca acontecerá com você (dentro da sua cabeça você tem várias justificativas inclusive provas para corroborarem com este seu pensamento).
Isso pode acontecer quando sua autoestima sobre aquele assunto é baixa e aí o sucesso/conquista do outro ressalta em você algum ponto de vista seu sobre você mesmo (a). Assim, quem tem uma alta autoestima, quem acredita em si costuma ao invés de ter inveja do outro costuma a se inspirar no outro.
Quando uma pessoa acredita que consegue conquistar, fazer ou ser como determinada pessoa, basta a decisão e alinhar as suas atitudes em direção àquele objetivo. E aí quando alguém consegue algo muito difícil passa ser um exemplo de que ela pode conseguir também e aquela conquista passa ser um trampolim, e não um obstáculo.
Desta forma, para você mudar esse sentimento precisa mudar o olhar que tem sobre você, precisa dar valor às suas virtudes, entender que errar é humano e perfeição não existe, se cobrar menos e se ver como compaixão. Como você veria um amigo que estivesse passando pelo que passou, pelo que você está passando? Nós costumamos ver qualidades nos outros e exagerar nossos defeitos quando nos autoavaliamos.
A neurociência hoje já é capaz de comprovar a importância e influência do nosso comportamento pelas transmissões neurais. O professor Leandro Karnal que é hoje um dos maiores pensadores sobre este assunto no Brasil diz que o cérebro humano pode ser transformado, mediante estímulos, hábitos e interferências externas. Isto, pois as experiências moldam o nosso cérebro; e essas experiências podem causar mudança no nosso comportamento.
Desta forma, você pode desde já mudar seu pensamento sobre você, que consequentemente mudará seu comportamento e isso poderá fazer com que você altere o seu ponto de vista sobre determinada crença e automaticamente você melhorará sua autoestima, será menos inseguro, refletirá sobre aquilo, não sentindo inveja, mas encarando como estímulo e as conquistas dos outros será para você mais um exemplo para você conseguir conquistar as suas.