É verão! Saiba como o calor colabora para o aparecimento da micose

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Dra. Ana Flávia Lemos

Com as temperaturas altas e temporada de férias e as idas à praia, piscina e cachoeira, é comum o surgimento de pequenas manchas na pele. Para aqueles que não fazem ideia do que pode ser, a resposta possui vários nomes: frieira, pé-de-atleta, micose-de-praia, tinea, unheiro, pelada, sapinho ou boqueira.

Também chamadas de “Dermatomicoses”, as micoses são infecções causadas por fungos que podem afetar a pele, o couro cabeludo, as unhas, as regiões ao redor dos pêlos, além das áreas mais úmidas do corpo, como as mucosas.

A micose, na verdade, é um nome genérico dado a diversos tipos de infecção causadas por fungos. Geralmente superficial, essa condição pode ser bem incômoda e em alguns casos, contagiosa. São quase impossíveis de evitar a exposição a eles, pois estão por toda parte. Porém, se tornam um problema quando conseguem encontrar um ambiente favorável para seu desenvolvimento e começam a se reproduzir.

Muitas vezes os fungos causadores da micose já se encontram no corpo humano, mas não causam prejuízo. Entretanto, durante o verão há à elevação da temperatura corporal, o corpo sua mais e com isso cria um ambiente com mais calor e umidade para a proliferação dos fungos.

Estes micro-organismos encontram-se principalmente em áreas de dobras, como nos dedos e na axila, mas também podem ser vistos nas unhas. Os cuidados com a higiene também devem ser levados em conta, pois o contágio, em alguns casos, acontece por um simples contato com itens que estejam contaminados, como pentes, roupas não lavadas, superfícies de duchas ou piscinas mal higienizadas e ao pisar na areia.

O processo infeccioso começa na superfície do nosso corpo, na parte externa da pele, ao redor dos pelos ou das unhas, regiões com maior concentração de queratina, proteína da qual eles se alimentam.

Os sintomas da micose são facilmente identificados:
– Coceira;
– Descamação da pele;
– Irritação e vermelhidão no local da infecção. Se não for tratada adequadamente, pode ficar bastante incômoda e dolorosa.

O tratamento para a micose envolve o uso de medicamentos tópicos, como xampus, cremes e sabonete antifúngicos ou medicamentos de via oral, conforme o tipo de infecção. Portanto, na suspeita de micose, o mais indicado é consultar um dermatologista. Para casos mais graves, como nas micoses de unhas, medicações orais também podem ser necessárias. A duração do tratamento pode variar, por isso a importância de procurar um dermatologista para prescrever o melhor tratamento.

A micose não tratada pode se disseminar em alguns casos e ainda pode ocasionar a ocorrência de infecção bacteriana, devido à intensa coceira que fere a pele e abre uma porta de entrada. Apesar da micose não apresentar muitas complicações, em alguns grupos específicos ela pode se tornar mais grave. Ela costuma aparecer com maior frequência em crianças, muito em função do fato do sistema imunológico ainda não estar completamente desenvolvido nos primeiros anos de vida.

Mas, também, em pacientes imunodeprimidos, como os portadores de HIV e em pacientes em tratamento de câncer, que podem ter formas invasivas de micose capazes de atacar os órgãos internos.

Para evitar os fungos é necessário ter alguns cuidados com a umidade e o calor. Além disso, secar bem a pele, principalmente entre as dobras dos dedos da mão e do pé, na virilha e axilas, evitar ficar muito tempo com roupas molhadas, devido à umidade, não andar descalço em áreas de calor e umidade intensas compartilhadas por muitas pessoas, como nas praias, saunas, piscinas, cachoeiras e colocar talco nos calçados fechados para ajudar a absorver a transpiração dos pés.

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Dra. Ana Flávia Lemos

Médica Dermatologista. @anaflavialemos_dermato