Usar salto alto pode causar varizes: verdade ou mito?
Para a felicidade de muitas mulheres, essa afirmação é um mito. Até o momento não existem estudos científicos que comprovem que o salto alto é uma causa direta das varizes. A doença varicosa faz parte de um espectro patológico mais amplo denominado insuficiência venosa crônica que terá seu desenvolvimento associado diretamente à estrutura dos vasos sanguíneos. Mas isso não quer dizer que o uso do salto em excesso não possa trazer malefícios para a circulação e outras regiões do nosso corpo.
O uso do salto alto por tempo prolongado dificulta o bombeamento do sangue dos membros inferiores de volta para o corpo. Sabe-se que a contração dos músculos da perna, principalmente da panturrilha, representa um mecanismo importante para que a circulação supere a gravidade e assim retorne ao coração. O salto alto limita o movimento do tornozelo, reduzindo desta forma a contração e o relaxamento da panturrilha, com consequente acúmulo de sangue nas pernas, o que leva a sintomas como edema e dor nos membros inferiores, sintomas estes muito semelhantes ao da doença varicosa.
Isoladamente, esse efeito não é suficiente para causar o surgimento de varizes. As varizes são causadas por múltiplos fatores, um somatório de eventos que culminam com o enfraquecimento da parece das veias e sua consequente dilatação. O fator mais importante é, sem dúvidas, o componente genético, porém a gestação, o uso de anticoncepcionais, a obesidade e a trombose venosa também podem contribuir com as alterações da estrutura do vaso.
Mas será que eu devo então parar de usar salto alto? A resposta é não. Assim como não é necessário eliminar o salto do nosso dia a dia, também não existe uma recomendação quanto ao limite do uso do salto ou limite quanto à sua altura. Contudo, quem usa o salto de forma moderada estará menos exposto os efeitos adversos tanto sobre a circulação quanto sobre o sistema músculo esquelético. É certo que o uso em excesso poderá provocar problemas ortopédicos como encurtamento de tendões do tornozelo, dores nos pés, dores na coluna, além do inchaço e sensação de pernas cansadas.
Por fim, podemos reduzir o impacto negativo do salto alto de forma bem simples, além de estarmos contribuindo também com a nossa saúde em geral. Atividades físicas aeróbicas como corrida, bicicleta e tantas outras, além das atividades de fortalecimento muscular principalmente dos membros inferiores são muito úteis. Logo, o salto não está proibido, mas o uso com moderação está indicado sem deixar de lado a atividade física regular.