Restauração de amalgama: saiba se você deve trocar
Muitas pessoas me perguntam se vale a pena trocar restaurações dentárias de amálgama (aquelas prateadas, que eram muito utilizadas antigamente) por resina da cor dos dentes.
A resposta é: depende do caso.
O amálgama foi utilizado, durante décadas, para restaurar dentes cariados ou quebrados. Trata-se de uma liga metálica, obtida pela mistura de diversos componentes, como a prata e o mercúrio, por exemplo.
O cor prateada contrasta com o branco dos dentes, prejudicando a estética do sorriso. E quanto mais o tempo passa, mais escura fica a restauração, pois o material oxida. Isso justifica o incômodo estético e a procura por materiais mais discretos, como a resina, que apresenta a cor dos dentes.
Mas o problema que envolve o uso desse tipo de restauração não é apenas estético. É preciso ter cuidados com a saúde. Em 2019 a Anvisa proibiu, por meio da RDC n° 173, a fabricação, importação, comercialização e uso, em serviços de saúde, do mercúrio e outros componentes em pó para liga de amálgama na forma não-encapsulada.
O uso do material ainda é permitido na forma encapsulada (aquela em que a liga metálica se apresenta dentro de cápsula vedada). Mas muito se fala sobre os perigos relacionados ao uso do amálgama em restaurações.
As dúvidas mais frequentes são:
1 – Vale a pena trocar as restaurações de amálgama?
Quando a restauração é pequena e não apresenta grande desconforto estético, pode ser desvantajoso substituí-la, pois pode ocorrer perda de estrutura saudável do dente durante a retirada do amálgama.
Mas estudos apontam que quando a restauração é grande, a substituição do amálgama por resina pode ser vantajosa. Por não ser tão rígida quanto o amálgama e por apresentar poder de aderência que o material metálico não possui, a resina reduz o risco de fraturas dentárias. Quando há fraturas ou infiltrações, a restauração antiga deve ser trocada e o paciente pode optar pelo uso da resina.
2 – O mercúrio presente no amálgama pode causar danos à saúde?
Por ser um material eficiente e de baixo custo, o amálgama ainda é utilizado na saúde pública. Uma vez instalado, não causa danos à saúde, pois não libera mercúrio na cavidade oral.
Mas é preciso ter cuidados nos processos de instalação e remoção das restaurações de amálgama, pois o mercúrio pode causar danos neurológicos quando se encontra nas fases líquida (a fase do processo de instalação da restauração) e de vapor (a fase de remoção uma restauração).
Os procedimentos de colocação e retirada das restaurações de amálgama devem ser realizados com cuidado, para que o paciente não degluta resíduos de restauração. O uso de isolamento com lençol de borracha é suficiente para essa proteção.
Outro problema, ambiental, é a contaminação da água pelo mercúrio. O meio ambiente pode ser afetado caso o descarte seja realizado diretamente na rede de esgoto.
As restaurações de amálgama estão cada vez mais em desuso devido a esses problemas. Se você deseja trocar suas restaurações de amálgama por resina, procure um profissional habilitado para te orientar e atender com segurança.
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