Dicas para ajudar seu filho a autorregular as emoções

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Psi. Renata Bedran

É nossa função como pais, por mais difícil que seja, sermos co-reguladores de nossos filhos quando eles estiverem desregulados.
Esses dias eu fui levar a Camila na dentista, e como foi um encaixe, a consulta ficou marcada no horário da aula dela no período da manhã (atividade extra).

Quando acabou a consulta com a dentista, ela me perguntou se ela estava muito atrasada para aula, e eu respondi que ela tinha perdido a primeira aula. Ela ficou muito triste e com raiva e disse que a culpa era toda minha, pois eu tinha marcado a dentista na hora da aula. Eu fiquei muito mexida, pois concordei com aquele dia e horário, pois era uma semana curta, pois tinha feriado, e depois do feriado viajaríamos. E a dentista precisava ver o aparelho dela.

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Além disso, o horário da semana dela estava muito apertado, e ela teria que deixar de ir em algum de seus compromissos. Na hora em que ela ficou reclamando e me acusando, me deu vontade de falar para ela ficar quieta, para de reclamar, pois eu não suportava ouvir os seus lamentos, e também ficar me justificando de ter escolhido aquele dia e horário por ser o único possível, já que ficaríamos 15 dias fora.

No entanto, eu me controlei e disse que entendia que ela estava chateada de ter perdido a aula de teatro dela, mas não é fácil.

É difícil suportar os “mi mi mis”, assim como os gritos, e o tom de voz mais alto ou mal-educado dos nossos filhos para falar com a gente. No entanto, é importante que a criança saiba que ela não precisa esconder o que ela sente de nós pais.

Quando apenas chamamos atenção da criança sobre sua falta de educação, nós mostramos a ela que a gente, como adulto, não tem capacidade emocional para suportar as emoções desconfortáveis que ela tem, e passamos a ideia de que ela tem que esconder o que ela sente da gente, para que não nos desregule.

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Além disso, a criança aprender a ser gentil, quando nós pais falamos com eles de forma gentil. Ao punirmos ou corrigirmos uma criança por estar se lamentando, na verdade, acaba ensinando que ela tem que inibir suas emoções na nossa presença, pois nós não suportamos suas lamentações.

A verdade é que nós pais, assim como a sociedade, queremos que nossos filhos façam tudo do jeito que queremos, na hora que queremos, que nos obedeçam e que não reclamem quando não gostaram de algo. Só que não estamos lidando com robôs, as crianças têm sentimentos e emoções assim como nós adultos.

Aqui estão algumas sugestões do que você pode falar para oferecer conforto e validação ao invés de correção:

• Estou te escutando, sei que você está chateado.
• Você acha que um abraço pode te ajudar?
• Me avise se precisar de ajuda.
• Eu posso ajudar, caso você queira.
• Eu entendi que você ficou chateada. É muito chato perder uma aula que gostamos mesmo. Eu te entendo.
• Tem alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar nesse momento?

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Psi. Renata Bedran

Psicóloga Clínica e Educadora Parental em Disciplina Positiva. Certificada em Disciplina Positiva pela DPA-USA. Graduada em publicidade e marketing pela Emerson College, Boston, USA. Pós graduada em Psicologia Hospitalar e Pós graduada em Educação Positiva. Trabalha orientando os pais de crianças da primeira infância em como educar os filhos com respeito e empatia. Atua também como psicóloga infantil. @psi.renatabedran