Infertilidade: por que falar sobre congelamento de óvulos é importante?

Foto de Dra. Layza Merizio Borges
Dra. Layza Merizio Borges

O mês de junho é dedicado à conscientização da infertilidade, um problema de saúde que pode atingir homens e mulheres em idade reprodutiva. Segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o tema, cerca de 17,5% da população adulta – 1 em cada 6 em todo o mundo – sofre de infertilidade.

As causas podem ser de origem masculina, feminina ou uma combinação dos dois. Entre as causas femininas, problemas ovulatórios, obstrução das trompas, endometriose e idade avançada são os mais comuns. Nos homens, problemas com a quantidade ou qualidade dos espermatozoides são frequentemente os responsáveis.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Entre no nosso canal do Telegram!

Com as mulheres focando em suas carreiras ou projetos pessoais, o adiamento da maternidade se tornando uma tendência crescente.

Porém, a escolha por uma gravidez em idade mais avançada não representa mais impedimento: graças aos recursos da Medicina, as mulheres podem congelar seus óvulos ainda jovens com o objetivo de serem mães quando se sentirem realmente prontas.

Há várias razões pelas quais o congelamento de óvulos pode ser uma opção a ser considerada:

Planejamento pessoal e profissional: para mulheres que desejam adiar a maternidade para se concentrar em suas carreiras, educação ou outras metas pessoais, o congelamento de óvulos oferece uma forma de preservar a fertilidade até que estejam prontas para ter filhos.

LEIA TAMBÉM: Dor de cabeça: você sabia que a causa pode estar na sua boca?

Condições médicas: mulheres diagnosticadas com condições médicas que podem afetar sua fertilidade, como câncer, podem optar pelo procedimento antes de iniciar tratamentos como quimioterapia ou radioterapia, que podem prejudicar a função ovariana.

Declínio natural da fertilidade: como mencionado, a qualidade e quantidade de óvulos diminuem com a idade. Congelar óvulos em uma idade mais jovem pode fornecer uma espécie de “seguro” contra o declínio natural da fertilidade.

Condições genéticas: mulheres com histórico familiar de menopausa precoce ou outras condições genéticas que possam afetar a fertilidade podem considerar o congelamento de óvulos como uma medida preventiva.

É importante que mulheres não deixem para pensar sobre maternidade e planejamento familiar apenas quando estiverem estáveis profissional e financeiramente. Uma dica importante para mulheres que têm dúvidas sobre a maternidade ou que querem adiá-la, é buscar por ajuda médica especializada para investigar sua fertilidade.

Entre os exames a serem solicitados estão o Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e o Hormônio Anti Mulleriano (AMH), aferidos no sangue, e a ultrassonografia para Contagem de Folículos Antrais (CFA).

Ciente de sua reserva ovariana e de suas questões clínicas, a mulher terá mais clareza para tomar sua decisão sobre tentar engravidar naturalmente ou realizar tratamentos de Reprodução Humana, como a Fertilização In Vitro (FIV) e congelamento óvulos para planejamento futuro da gravidez. Ter informação é ter poder de escolha!

Foto de Dra. Layza Merizio Borges

Dra. Layza Merizio Borges

Médica. Mestre (IAMSPE-SP) e Doutora (UNIFESP) em Reprodução Assistida. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Membro internacional da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e de Reprodução Assistida (SBRA). Responsável Técnica do Instituto de Medicina Reprodutiva. @medicinareprodutiva