Fertilidade feminina: saiba como funciona o estoque de óvulos

Foto de Dra. Layza Merizio Borges
Dra. Layza Merizio Borges

Muitas mulheres têm dúvidas ou sequer sabem como funciona a reserva ovariana, um indicador importante da fertilidade feminina, que influencia diretamente tanto na capacidade de concepção natural quanto no sucesso de tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV).

LEIA TAMBÉM: Irisina: o hormônio do exercício e seus benefícios para a saúde

Ela refere-se à quantidade e qualidade dos óvulos presentes nos ovários de uma mulher e pode ser comparada a um armário com gavetas onde ficam guardados os folículos que armazenam os óvulos.

A mulher já nasce com uma reserva ovariana determinada pela quantidade de folículos ovarianos produzidos enquanto ela está sendo gerada no útero materno. Todos os meses uma “gaveta” se abre e libera vários folículos, desde a vida uterina, de forma que não é possível reabastecer a gaveta que já se abriu.

A cada mês uma nova “gaveta” se abre, de forma que o estoque vai diminuindo progressivamente. Esse processo acontece mesmo que a mulher use anticoncepcional, não menstrue ou esteja grávida e é denominado atresia folicular.

Não há nenhum exame que indique a quantidade exata de folículos ainda existem no estoque, mas a reserva ovariana pode ser estimada por meio de quatro marcadores: idade feminina, Hormônio Antimulleriano (AMH), Hormônio Folículo estimulante (FSH) e Contagem dos folículos antrais.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe do nosso canal do Telegram!

Além da quantidade de óvulos, outro fator relevante é a sua qualidade, pois sabemos que os óvulos sofrem um envelhecimento com o passar dos anos. A idade feminina é o principal indicador da qualidade dos óvulos. Se os marcadores indicarem uma boa reserva ovariana, a mulher tem maiores chances de engravidar.

A partir dos 30 anos, os óvulos já começam a apresentar perda de qualidade, processo que se intensifica após 38 anos. Por isso, é importante pensar na maternidade por volta dos 30 anos, uma vez que existe a possibilidade do congelamento dos óvulos, o que permitirá a gravidez em idade mais tardia com óvulos jovens, mais saudáveis e com maior potencial de sucesso.

Foto de Dra. Layza Merizio Borges

Dra. Layza Merizio Borges

Médica. Mestre (IAMSPE-SP) e Doutora (UNIFESP) em Reprodução Assistida. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Membro internacional da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e de Reprodução Assistida (SBRA). Responsável Técnica do Instituto de Medicina Reprodutiva. @medicinareprodutiva