Meu queixo “caiu”! O que fazer?

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Dra. Martha Salim

Muitas pessoas tem um medo enorme de inesperadamente de deslocar a mandibula. Você já passou por isso ou conhece alguém que aconteceu esse fato?

A articulação temporomandibular (ATM) é a articulação que liga a mandíbula ao osso temporal do crânio, através do côndilo. Luxação da mandíbula é o deslocamento do côndilo mandibular em relação ao seu ponto de articulação normal. Popularmente costuma-se falar que a articulação “saiu do lugar” ou que “o queixo caiu”.

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Pode-se ocorrer também a subluxação quando ocorre uma movimentação exagerada do disco intra-articular, causando dor e estalido nos movimentos de abertura, fechamento e movimentos laterais de boca. Nesses casos, o côndilo luxado consegue retornar espontaneamente a seu lugar, sem esforço externo.

A luxação da ATM pode apresenta causas multifatoriais. Ela pode ser episódica ou recorrente, espontânea ou traumática e se dever, por exemplo, à abertura excessiva da boca durante alimentação, bocejo ou ate mesmo alimentação. É mais frequente em pacientes que apresentam frouxidão dos ligamentos articulares, trauma ou também doenças degenerativas da ATM.

A luxação da ATM pode ser ser uni ou bilaterais, sendo que estes últimos são mais comuns, e o côndilo pode deslocar-se totalmente da fossa articular, saindo completamente de seu local usual, causando dor e incapacidade de fechar a boca.

As luxações mandibulares afetam, a um só tempo, a mastigação, a fala e a deglutição. O paciente diz que a mandíbula desloca sempre que abre amplamente a boca, alguns pacientes relatam que isso se faz acompanhar de um estalido característico.

Na luxação unilateral, o paciente apresenta-se com o mento desviado para o lado contrário à luxação e um desvio da mandíbula em relação à linha média da face. A bochecha apresenta-se achatada do lado afetado e côncava no lado oposto.

O diagnóstico da luxação da mandíbula pode ser firmemente estabelecido pela história clínica do paciente, pela observação e exame físico locais e pode ser confirmado radiograficamente.

As luxações da ATM devem ser reduzidas o mais prontamente possível, geralmente por manobras manuais executadas pela própria pessoa ou por um especialista, se estas forem mais complexas. Pode ser necessário tratamento cirúrgico especializado para os casos de deslocamento de longa duração recorrente.

A luxação da mandíbula tende a ser recorrente e, se for frequente, uma cirurgia pode ser necessária para tratar a articulação.

O paciente com luxação recidivante da ATM entra num círculo vicioso, uma vez que, sempre que ocorre a luxação, há mais rotura e estiramento do ligamento capsular, o que resulta em mais lesões e agrava ainda mais a recorrência.
A maneira de prevenir a luxação da mandíbula consiste em evitar abrir a boca exageradamente.

Assim, a pessoa predisposta deve conter os bocejos e evitar comer sanduíches grandes ou outros alimentos que exijam uma grande abertura da boca.

Para as doenças que afetem a ATM deve ser consultado um dentista especialista.

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Dra. Martha Salim

Doutorado em Cirurgia Bucomaxilofacial (UNESP); Mestrado em Patologia Bucodental (UFF); Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial (UERJ); Capacitação em Odontologia Do Sono; Capacitação em Sedação com ÓXido Nitroso; Graduação em Odontologia (UFES); Atua como professora de Cirurgia Bucomaxilofacial da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Revisora Científica das Revistas: Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS) e Brazilian Dental Science (BDS). Autora dos livros "Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnóstico e tratamento" (1 e 2 edições), Anestesia Local e Geral na Prática Odontológica, além de colaborar com 38 capítulos de livros e artigos científicos publicados. @dramarthasalim