FIV aumenta as chances de se ter gêmeos? Veja o que diz especialista

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Dra. Layza Merizio Borges

Uma dúvida muito recorrente entre as pacientes é se a técnica de Fertilização In Vitro (FIV) aumenta as chances de se ter filhos gêmeos.

Algumas pacientes fazem esse questionamento porque têm o desejo de ser mãe de gêmeos, outras por terem receio de uma gravidez múltipla. De fato, a incidência de gestações gemelares ou múltiplas é maior em mulheres que passam pela FIV do que em concepções naturais, realidade que tem mudado ao longo dos anos.

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Isso acontece porque, para aumentar a possibilidade de gravidez, dependendo de diversos fatores, podem ser transferidos mais de um embrião para o útero da paciente. A Resolução nº 2.320/22, do Conselho Federal de Medicina (CFM), limita o número de embriões a serem transferidos de acordo com a idade do óvulo e com as características cromossômicas do embrião.

Para embriões não biopsiados, mulheres com até 37 anos podem implantar até dois embriões. Acima dessa idade, é permitido transferir até três embriões. Para embriões saudáveis geneticamente, é permitido transferir um ou dois embriões, no máximo, independentemente da idade do óvulo.

Existe uma tendência mundial à transferência de embrião único, pois a gravidez gemelar ou múltipla tem uma série de riscos associados, tanto para a gestante quanto para os bebês.

A gestante possui maior risco de apresentar doenças, como hipertensão e diabetes na gestação e os bebês têm maior risco de sofrerem restrição do crescimento intrauterino, nascerem prematuros e com baixo peso, sendo necessário muitas vezes permanecer na UTI neonatal por um período de tempo até adquirirem condições de alta hospitalar.

O grande objetivo da medicina reprodutiva é propiciar um bebê saudável no colo e com a evolução das técnicas utilizadas no tratamento, a transferência de um único embrião atualmente oferece grandes chances desse alvo ser alcançado.

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Dra. Layza Merizio Borges

Médica. Mestre (IAMSPE-SP) e Doutora (UNIFESP) em Reprodução Assistida. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Membro internacional da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e de Reprodução Assistida (SBRA). Responsável Técnica do Instituto de Medicina Reprodutiva. @medicinareprodutiva