O que as cores nos revelam sobre a saúde? Descubra

Foto de Dr. Antonio Carlos Pacheco Filho
Dr. Antonio Carlos Pacheco Filho

Naquele semáforo, bendito semáforo das 7h das sagradas manhãs, Antonio, meu filho mais velho, fez uma pergunta espontânea, típica da genuína infância: — Pai, o que é próstata?

Música, frases “in english” do Joaquim, maquiagem da “Kariníssima” esposa e a pergunta atravessando os sons e as cores para o menino Antonio: o que é próstata?

Calmamente, perguntei-lhe de onde surgia tamanha curiosidade. Prontamente, ele respondeu: – novembro azul.

Karina, entre lápis, pincéis e esponjas, foi emendando as cores e as campanhas de saúde. A próstata, que antes havia se tornado tema de nossa conversa, ficou um pouco adormecida…, mas logo respondi: “A próstata é uma glândula do aparelho reprodutor masculino.”

Pronto, falei e percebi que não havia falado nada! Tentei simplificar, no fundo sabia que a pergunta havia plantado uma semente de curiosidade em Antonio.

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Enquanto a conversa seguia, lembrei-me da canção “As Cores de Abril”, de Vinícius de Moraes e Toquinho (1974), uma daquelas músicas delicadas que fazem parte do nosso imaginário, misturando as cores às belezas- os ares de anil, os pássaros mil e o mundo se abrindo em flores- da legítima primavera. Na canção, abril é colorido pela esperança, pelo renascimento, pela renovação.

A pergunta de Antonio, simples e direta, foi como um estalo, um convite para refletir sobre as cores que, ao longo do ano, chamam nossa atenção para questões de saúde. Ao ouvir a pergunta de Antonio, percebi que as cores do calendário também ganham outros significados, mais profundos e urgentes – como instrumentos de conscientização e mudança.

A escolha de uma cor para cada mês ajuda a aumentar a visibilidade e a memorização das campanhas de saúde, tornando-as mais impactantes e organizadas. Criamos, assim, um vínculo visual entre a cor e a causa.

Cada mês do ano, com seus tons vibrantes, nos convida a parar e refletir sobre algo importante. O “outubro rosa”, com seu tom suave, nos lembra da prevenção do câncer de mama; já o “novembro azul”, com seu azul profundo, nos alerta para a saúde masculina, em especial para o cuidado com a próstata. Quase entrando no verão, em ação o mês de dezembro, marcado pela campanha de prevenção à AIDS e ao HIV (Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1º de dezembro).

A cor vermelha simboliza a luta contra essa doença e também promove a conscientização sobre os métodos de prevenção e tratamento. Essas campanhas, com suas tonalidades distintas, têm o poder de unir saúde e prevenção, criando uma rede de alerta que nos envolve e nos faz pensar em hábitos mais saudáveis.

E assim, em meio à pausa forçada de um semáforo que insistia em prolongar o silêncio do dia, as cores da vida, da saúde e da música se entrelaçaram de uma maneira inesperada. Uma pergunta simples, quase ingênua, despertou reflexões sobre o que nos cerca, transformando a vida em canção e um pouco da canção na esperança por um futuro, quem sabe, mais primaveril.

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Dr. Antonio Carlos Pacheco Filho

Biólogo, Bacharel em Direito e Doutor em Odontologia Preventiva e Social. @dr_antonio_pacheco