Mordidas e rabiscos: como a arte pode ajudar crianças a expressarem o indizível

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Enf. Karoline Tristão Carvalho

Você já se perguntou por que seu filho pequeno, mesmo sabendo falar, recorre às mordidas para se expressar? Ou por que crianças que ainda não falam ou possuem condições como autismo ou síndrome de Down (T21) utilizam esse comportamento?

Especialistas em desenvolvimento infantil, como a Dra. Ana Maria Escobar, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explicam que morder é uma forma de comunicação para muitas crianças que ainda não dominam a linguagem verbal ou têm dificuldades em expressar emoções complexas.

Para crianças que ainda não falam, a mordida pode ser uma maneira de expressar frustração, ansiedade ou até mesmo curiosidade. No caso de crianças com autismo ou síndrome de Down, a comunicação pode ser ainda mais desafiadora, e comportamentos como morder podem surgir como uma tentativa de interação ou expressão de necessidades não atendidas.

Uma abordagem eficaz para auxiliar essas crianças na expressão de seus sentimentos é a introdução de atividades artísticas e oficinas “handmade”. O termo “handmade” refere-se a produtos feitos à mão, valorizando o trabalho artesanal e a criatividade individual. Ao envolver as crianças em atividades como pintura, modelagem com argila ou construção de objetos, oferecemos a elas meios alternativos de comunicação e expressão emocional.

A arte permite que as crianças externalizem sentimentos que não conseguem verbalizar, proporcionando uma saída saudável para emoções reprimidas. Além disso, atividades “handmade” estimulam a coordenação motora fina, a concentração e a autoestima, aspectos fundamentais para o desenvolvimento infantil.

Portanto, ao observar comportamentos como mordidas, é essencial compreender que eles podem ser sinais de necessidades emocionais não expressas. Incorporar a arte e atividades “handmade” no cotidiano das crianças oferece ferramentas valiosas para que elas possam se expressar de maneira construtiva, reduzindo comportamentos indesejados e promovendo um desenvolvimento mais harmonioso.

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Enf. Karoline Tristão Carvalho

Enfermeira e mãe atípica. Pós-graduada em Oncologia/hematologia e Pós-graduada em Gestão Hospitalar e Sistemas de Saúde. Possui experiência profissional no Instituto Nacional do Câncer - RJ. Atuou em diversas multinacionais e empresas nacionais como Key Account Manager. Artista auto-didata, hoje usa sua experiência como enfermeira e artista para ajudar outras mães e famílias no ato de maternar! @karoline.tristao