Adolescência: entendendo a transformação e construindo conexões saudáveis

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Psi. Renata Bedran

A adolescência é marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial, caracterizando-se como a etapa de transição entre a infância e a fase adulta. É fundamental diferenciar os conceitos de puberdade e adolescência.

A puberdade se refere às mudanças físicas desencadeadas por hormônios, ocorrendo geralmente entre 9 e 10 anos nas meninas e entre 11 e 12 anos nos meninos, ou seja, antes do início da adolescência. Já a adolescência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), vai dos 10 aos 19 anos.

No entanto, para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ela ocorre entre os 12 e os 18 anos, enquanto os neurocientistas a consideram um período que se estende dos 12 aos 24 anos.

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Nesse período, os adolescentes enfrentam transformações físicas, emocionais e sociais. Entre os comportamentos característicos estão a busca por novidades e gratificação cerebral, impulsividade, inclinação ao risco, além de uma empatia e solidariedade marcantes. No entanto, também podem surgir pensamentos suicidas, reforçando a importância de atenção à saúde mental.

Os conflitos entre adolescentes e seus pais são comuns, principalmente porque os jovens começam a buscar referências fora do núcleo familiar.

Na infância, os pais eram figuras de admiração e segurança; na adolescência, há uma abertura ao convívio social, e amizades tornam-se centrais. Essa mudança pode ser percebida pelos pais como rejeição, levando-os a desqualificar os amigos ou interesses dos filhos, o que, por sua vez, intensifica o afastamento.

Muitos conflitos surgem da dificuldade dos pais em aceitar e respeitar a individualidade de seus filhos e em processar o luto de não mais serem pais de crianças, mas de adolescentes. Para reduzir esses desentendimentos, é essencial cultivar uma comunicação aberta e empática, onde o adolescente se sinta ouvido, valorizado e tenha sua privacidade respeitada.

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A adolescência é, em grande medida, reflexo da infância. Embora fatores externos influenciem o desenvolvimento, crianças que não vivenciam uma infância respeitosa chegam à adolescência mais vulneráveis. Ainda assim, nunca é tarde para atender às necessidades legítimas dos filhos e reconstruir vínculos afetivos.

Para estabelecer uma relação saudável com os adolescentes, os pais devem:

Praticar a escuta ativa em um ambiente seguro e livre de julgamentos;
Reconhecer a dependência física, emocional e financeira do adolescente;
Enxergar comportamentos desafiadores como mensagens, e não como o problema em si.

Além disso, validar sentimentos e mostrar interesse genuíno na vida dos filhos fortalece o vínculo. Os adolescentes precisam saber que seus pais são portos-seguros para atravessarem essa fase de transição.

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Psi. Renata Bedran

Psicóloga Clínica e Educadora Parental em Disciplina Positiva. Certificada em Disciplina Positiva pela DPA-USA. Graduada em publicidade e marketing pela Emerson College, Boston, USA. Pós graduada em Psicologia Hospitalar e Pós graduada em Educação Positiva. Trabalha orientando os pais de crianças da primeira infância em como educar os filhos com respeito e empatia. Atua também como psicóloga infantil. @psi.renatabedran