Aparelho ortodôntico na terceira idade: não há limite de idade para sorrir!

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Dra. Flávia Gama

Com os avanços da Medicina e da ciência, a expectativa de vida da população tem aumentado consideravelmente. De acordo com o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro, que em 2004 era de 70,4 anos ao nascer, deve alcançar em 2050 o patamar de 81,3 anos, mesmo nível atual do Japão, primeiro país do mundo em esperança de vida. Como consequência, a cada dia um maior número de idosos, com 60 anos ou mais, se preocupa com os cuidados com a saúde e a estética

Há tempos a ciência comprovou que não há limite de idade para tratamentos ortodônticos. Saúde e estética têm um impacto direto no bem-estar do paciente. E isso independe da sua idade, podendo garantir melhor qualidade de vida aos idosos na “melhor idade”.

A idade não representa um fator que inviabiliza a realização do tratamento ortodôntico, entretanto. Porém, é de suma importância que o profissional, no momento da consulta, inteire-se de toda a história de saúde do paciente de maneira detalhada, auxiliando no planejamento do tratamento e na realização de um tratamento simplificado. O paciente idoso apresenta várias diferenças quando comparado ao jovem, mas, quando o tratamento estiver bem indicado e o paciente esclarecido e motivado, esse paciente se torna um ótimo colaborador e espera-se resultados bastante satisfatórios.

Tratamentos em pacientes com 60, 70 ou mesmo a partir dos 80 anos são muito seguros. Atualmente existem tratamentos com muito controle dos efeitos colaterais e poucas limitações. A ortodontia na terceira idade não é mais vista com dificuldades. É um trabalho profissional que envolve especialistas de diversas áreas que devem ter boa comunicação para desenharem juntos o melhor plano de tratamento, levando sempre em consideração os objetivos da movimentação, a motivação e desejo do paciente idoso.

Existem características particulares nos pacientes idosos como a diminuição óssea resultante do envelhecimento, as perdas de dentes que podem ocorrer ao longo da vida ou existência de algum tipo de prótese. As doenças da gengiva também demandam atenção especial. Em alguns casos, quando a doença está ativa é necessário que a mesma seja devidamente controlada para que depois possamos fazer qualquer tipo de movimentação dentária, quando as gengivas estiverem sadias.

É comum encontrarmos pacientes com 60, 70 ou até 80 anos de idade com perdas dentárias. Muitos deles procuram ajuda profissional para realizar implantes. Boa parte dos tratamentos ortodônticos fazem parte da chamada ortodontia pré-protética. São aparelhos que abrem espaço e preparam a boca para que o paciente receba implantes ou próteses. O uso do aparelho ortodôntico, porém, não previne a instalação da prótese ou do implante, mas ajuda nesse processo. Muitas vezes é necessário reestabelecer espaços na arcada dentária para que o implante possa ser instalado. Esta é uma das principais razões de se colocar aparelho fixo, ou alinhadores, na melhor idade.

A movimentação dos dentes em pacientes com mais idade depende, principalmente, de um planejamento bem realizado, com objetivos precisos, a fim de realizar um tratamento ortodôntico simplificado, pois existe uma dificuldade deste paciente em tolerar o uso de aparelhos por períodos prolongados. No entanto, existem algumas limitações que devem ser consideradas durante o plano de tratamento.

Para o sucesso da movimentação ortodôntica, devemos observar alguns fatores:

1. Doenças sistêmicas avançadas.

2. Uso de medicamentos.

3. Má condição de saúde bucal.

4. Quantidade de osso alveolar e saúde das gengivas

5. Falta de motivação do paciente.

6. Impossibilidade de obtenção de estabilidade da mordida oclusal após o tratamento.

Embora os aparelhos atuais sejam mais confortáveis e estéticos, existe ainda um preconceito por parte dos pacientes com mais idade em enfrentar a sociedade, realizando um tratamento comumente utilizado por indivíduos mais jovens. Entretanto, é de comum acordo estes pacientes são extremamente colaboradores com o tratamento, pontuais em suas consultas e responsáveis com a higiene bucal, quando bem orientados. A atenção do profissional dedicada ao paciente é de extrema importância, pois este aprecia um atendimento diferenciado, com informações detalhadas sobre cada fase do tratamento, colaborando para o seu sucesso.

Vale ressaltar que com a evolução dos alinhadores ortodônticos, o tratamento ortodôntico consegue alcançar os mesmos objetivos utilizando um aparelho mais discreto, mais estético, confortável e sem fios e braquetes. A possibilidade de alcançar as mesmas movimentações removendo o aparelho para higiene e alimentação aumentou as chances de adesão do público idoso ao tratamento ortodôntico.

É sempre tempo de buscar o sorriso ideal e poder mastigar melhor!

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Dra. Flávia Gama

Cirurgiã-dentista. Especialista em Ortodontia. Mestre em Radiologia e Habilitada em Laserterapia. @flaviagama.orto