Cirurgia bariátrica: é preciso tomar vitaminas para o resto da vida?
Para o tratamento da obesidade, sobretudo de suas formas graves, a cirurgia bariátrica é a opção de tratamento mais efetiva e segura disponível, quando bem indicada e acompanhada por uma equipe multiprofissional. Muitas pessoas, entretanto, alegam que uma grande desvantagem da cirurgia é que o paciente passa a depender de tomar vitaminas para manter os níveis de nutrientes adequados.
Mas será que isso é verdade? Em parte, sim, é verdade: o ideal é que o paciente faça uma suplementação mínima diária, para que ele não tenha nenhuma falta de vitaminas e sais minerais essenciais. No entanto, poderíamos dizer que isso é mesmo uma desvantagem ou um ponto negativo da cirurgia bariátrica?
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Antes de tudo, devemos salientar que pessoas com obesidade são mais propensas a desenvolver problemas de saúde tais como diabetes, pressão alta, alteração no colesterol, gordura no fígado, diversos tipos de câncer, apneia do sono, entre outras doenças. Assim, é um paciente que tem um risco muito mais elevado de complicações e óbito por conta dessas doenças.
Com frequência, vemos pacientes obesos e que já fazem uso de várias medicações para tratar esses problemas. O paciente que passa pelo tratamento cirúrgico da obesidade – a cirurgia bariátrica – pode vir a perder praticamente todo seu excesso de peso e, dessa forma, diminuir toda a repercussão negativa que a obesidade provocava no seu organismo. Então, ele tem a possibilidade de não precisar mais tomar as medicações que ele usava, além de se livrar de muitas limitações físicas, psíquicas e sociais trazidas pela obesidade.
Após a cirurgia, o paciente passa a ser capaz de ingerir quantidades menores de alimentos, o que o limita a atingir as metas nutricionais diárias estabelecidas como ideais para ele. Podemos acrescentar, ainda, que certas técnicas cirúrgicas, como o bypass gástrico ou técnicas mais disabsortivas, podem interferir na digestão e absorção de alguns nutrientes. Entretanto, até outras cirurgias que não alteram a conformação do intestino, como a gastrectomia vertical (sleeve), podem modificar a absorção de nutrientes, mesmo que seja com uma menor repercussão.
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Por tudo isso, no pós-operatório da cirurgia bariátrica, independentemente da cirurgia realizada, o paciente de suplementar com pelo menos um polivitamínico diariamente, que possui as quantidades mínimas para que o paciente atinja todas as metas de vitaminas e sais minerais de que ele precisa.
Mesmo com o passar do tempo, quando o paciente passa a se adaptar e conseguir ter uma ingestão de alimentos mais variada e em quantidade maior que nos primeiros meses de cirurgia, todo esse efeito da cirurgia se mantém, fazendo com que a suplementação tenha de ser permanente.
Para determinar se o paciente está perdendo peso de maneira saudável sem nenhuma carência nutricional é importante um acompanhamento periódico com vários profissionais. O nutricionista poderá ajustar a alimentação do paciente de acordo com suas preferências e particularidades, a fim de melhorar o consumo de determinados nutrientes. O próprio cirurgião também fará o acompanhamento do paciente por meio de exames periódicos e de avaliação clínica, conseguindo saber se será preciso suplementar algumas substâncias conforme a necessidade, sendo que as mais comuns são: cálcio, vitamina D, vitamina B12, ácido fólico, magnésio e zinco.
Por fim, o paciente bariátrico deixa com frequência de fazer uso de remédios que combatiam doenças causadas e pioradas pela própria obesidade, mas precisa utilizar um ou dois comprimidos diários de vitaminas. Parece ser uma troca bastante vantajosa, certo? Ainda mais quando sabemos que ele ganha muito em expectativa e em qualidade de vida.