“Faça isso em 21 dias e um hábito será criado”
Você já deve ter ouvido falar em frases motivacionais ou de estratégias envolvendo a ideia acerca dos hábitos, como: “Primeiro fazemos nossos hábitos, e então eles nos fazem” ou “Nós somos o que fazemos repetidamente”, ou ainda “A excelência não é um feito, é um hábito”.
Todas essas concepções se referem à importância do hábito na definição do que somos, ou seja, se baseiam na premissa de que todos nós podemos ser tudo aquilo que desejamos desde que estabeleçamos aquilo como hábito.
No livro “O poder do Hábito” de Charles Duhigg o autor explica como criar um hábito ao estabelecer que: O hábito é construído (ou destruído) a partir de um ciclo.
Esse é o chamado loop do hábito, quando você se sente estimulado a fazer algo (rotina), pelo contato com algo (deixa), você faz seu cérebro pensar na recompensa.
Vamos dar um exemplo fácil para você entender como é formado um hábito e assim poder criar um saudável ou descriar um obstrutivo para sua saúde física ou mental:
Quando um adolescente ouve uma notificação de mensagem de Instagram (esta é considerada uma “deixa”), seu cérebro começa a ficar ansioso para matar a curiosidade e saber o que é. A imagem da cartinha já é o suficiente para o corpo ficar desejando o bem-estar de ler a mensagem e este estado de desejo só termina no clic e leitura do que estava escrito.
Assim, para Hopkins bastava duas coisas:
i) achar uma deixa simples;
ii) definir claramente as recompensas.
Diz o autor que a força do hábito é algo tão forte que há relatos em que um hábito antigo foi capaz de retornar à mente humana mesmo em um caso de doença como Alzheimer, que é uma doença séria de demência sem cura, onde a memória do paciente é afetada.
Conta que o hábito fez com que o senhor doente achasse o caminho de volta de casa, somente sentindo as emoções que sentia. Nesse caso, o cérebro reviveu várias “deixas”, fazendo com que o senhor realizasse a exata rotina que o levaria à recompensa: estar na companhia de sua família querida.
Sabemos que a ansiedade e estresse vividos nos tempos atuais vem também do aumento ao acesso às informações e a conectividade 24h por dia com tudo no mundo. Podemos considerar que apesar dos grandes benefícios da internet, existe o malefício de isso causar altos níveis de estresse.
Então, vamos mudar um hábito que melhora nossa saúde mental? Para isso você deve escolher um hábito e identificar a sua “deixa” e sentir qual seria a recompensa.
Para Duhigg as deixas fazem seu cérebro antecipar a distração momentânea que é a sua recompensa. Então o segredo do sucesso para Hopkins é achar a “deixa” perfeita e a recompensa, e então o hábito estaria instalado!
No exemplo do celular citado, se para o adolescente a ‘deixa’ fosse simplesmente o celular estar ao seu lado, nesse caso então, para mudar o hábito de olhar as mensagens, ele teria que deixar o aparelho longe do seu alcance e não apenas desativar as notificações.
Reparou então que para identificar a “deixa” você terá que sentir qual é o gatilho que faz com que esse hábito se alimente para você?
Vamos supor que você queira criar o hábito de fazer yoga todas as manhãs ao se levantar. Então você vai precisar identificar uma “deixa” que fará seu corpo ansiar por aquele estado de bem-estar. Pode ser por exemplo deixar sua roupa da prática separada na cômoda ou o tapete de yoga.
Ao se levantar, e ver aquele objeto, ao invés de ficar ansioso e preocupado com todos os problemas que você tem que resolver no dia, seu cérebro irá conectar a sua roupa separada ou o tapete (“deixas”) com seu estado de relaxamento pós prática (a recompensa). E assim, o ciclo virtuoso irá começar.
Duhigg é assertivo em dizer: “Faça isso por 21 dias e um hábito será criado”.
Bons hábitos para você!