Dente permanente demorando a chegar? Saiba quando se preocupar

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Dra. Flávia Gama

A demora na chegada de um dente permanente é dúvida constante na rotina do consultório. Mas quando devo me preocupar?
Existe uma idade média para a troca de cada dente, que pode variar de um paciente para o outro. Porém o atraso excessivo deve ser um sinal de alerta para algumas circunstâncias que podem estar causando o problema.

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Na prática, toda vez que um dente de leite amolece e cai, é sinal de que o permanente está a caminho. Essa chegada do dente definitivo pode demorar um pouquinho, mesmo com a queda do anterior. Importante nesses casos monitorar este tempo e avaliar, em caso de atraso excessivo, se a gengiva da região está mais fibrosada, o que pode significar que será necessário fazer um procedimento chamado ulotomia ou ulectomia, que consiste na abertura cirúrgica dessa gengiva, permitindo a erupção do dente permanente.

Quando há uma retenção prolongada do dente de leite, ou seja, passou muito da época desse dente ser trocado por um permanente, uma radiografia da região faz-se necessária. Isso porque em alguns casos pode ser necessário intervir em algo que esteja impedindo a erupção do dente permanente.

Existem diversos motivos que podem impedir a chegada espontânea de um dente permanente. A principal causa é a falta de espaço. Algumas crianças apresentam tamanhos de dentes maiores do que o espaço disponível no arco dentário e os últimos dentes a chegar a boca acabam ficando prejudicados, sem espaço para erupcionar. Esse problema é relativamente comum aos caninos superiores, que são os últimos dentes (com exceção dos cisos) a chegar à boca.

Quando há muita falta de espaço podemos ter duas situações: os caninos erupcionam na boca porém entortam os demais dentes, vindo até mesmo pela frente de todos os outros e mais acima. Uma outra possibilidade é o canino não erupcionar e ficar preso no osso, o que chamamos de canino incluso. Nesse caso pode ser necessária uma cirurgia para realizar o tracionamento deste dente.

Cistos e tumores também podem ser a causa do atraso dos dentes permanentes. Eles funcionam como uma barreira física que impede o dente de caminhar no seu curso normal.

A ausência de um dente permanente, conhecida como “agenesia” pode também ser a causa de uma permanência prolongada de um dente de leite.
Todos os problemas citados acima são facilmente diagnosticados com uma radiografia odontológica de rotina. O ideal é que a criança realize uma panorâmica por volta dos 6 anos de idade.

Através desse exame será possível avaliar os dentes permanentes em formação, se sua direção de erupção está normal e também é possível avaliar-se a falta de espaço. Caso não haja espaço para a chegada dos permanentes, o paciente deve ser avaliado por um Ortodontista, que indicará um tratamento para obtenção de espaços através de aparelho ortodôntico antes mesmo do canino chegar, minimizando problemas no futuro.

A prevenção e acompanhamento são sempre absolutamente importantes para que se evite condutas mais invasivas

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Dra. Flávia Gama

Cirurgiã-dentista. Especialista em Ortodontia. Mestre em Radiologia e Habilitada em Laserterapia. @flaviagama.orto