Em um mundo onde nos empurram para polos extremos, a dicotomia está dando espaço para o equilíbrio. Pelo menos nas organizações mais atentas as mudanças. Pratiquei Yoga por muito tempo e um dos princípios que me encantava era perceber que de fato equilíbrio é a base da perenidade.
Durante décadas as organizações eram ambientes masculinos, e isso se refletia na cultura. Arquétipos ligados a essa energia eram vistas como palavras de ordem: pragmatismo, foco em resultados, controle, objetividade e competitividade davam o tom nas organizações consideradas referência.
Desde 2014 vemos um movimento muito forte de mudança nas organizações. Começamos a falar mais sobre emoções no ambiente de trabalho, contrariando a orientação anterior de que devemos deixar “o coração do lado de fora”.
As empresas perceberam que como seres integrais é muito difícil deixar que as emoções não sejam consideradas no dia a dia organizacional. Com isso passaram a ouvir mais, falar com empatia e desenvolver resiliência.
Para ampliar a pauta, a nova geração chegou ao mercado de trabalho questionando se o que fazem possui um propósito maior do que apenas trabalhar por um salário no final do mês. E as empresas passaram a dar relevância ao propósito, protagonismo e cooperação.
A força de trabalho feminina passou a ocupar posições de destaque nas empresas e levantaram o questionamento de que talvez, seja sim possível considerar o equilíbrio entre carreira e vida pessoal. Trilharam então o caminho do equilíbrio, intuição e emoção.
Sim! Os resultados continuam sendo imprescindíveis. Afinal empresas são CNPJs, como costumo deixar sempre claro. Mas o valor por trás do lucro passou a ter maior relevância. Os valores que deixamos como legado para sociedade.
Quando falamos de equilíbrio como base de perenidade é sobre tomar consciência que as empresas do futuro estarão cada vez mais atentas a trabalhar uma gestão de pessoas que gere resultados.
E para isso precisaremos dar espaço, compreender e equilibrar a energia masculina e feminina que todos nós possuímos. De modo a perceber e dar espaço para uma gestão mais horizontal e ágil no lugar da cadeia de comando e controle.
Criar espaços para falarmos sobre autoconhecimento e incentivar cada vez mais a cooperação em detrimento da competição. Dentre outros aprendizados.
As organizações vão entender, que a soma de todas as partes é o que nos faz inteiros e fortes. Porque tudo que está no extremo está amparado por apenas um pilar e quando menor a base, maior a chance de queda.
Que possamos acolher os novos tempos!
Fantásticas colocações, afinal uma empresa é feita de pessoas, e pessoas são organismos complexos, tem vida, sentimentos, individualidades!