Saúde

Superalimentos: eles existem? Conheça 8 itens que já receberam esse apelido

Nutricionistas falam sobre dieta equilibrada e boas escolhas para garantir uma alimentação saudável e rica em nutrientes

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Freepik @jcomp

Muito usado para definir alimentos considerados muito nutritivos e grandemente benéficos para a saúde, principalmente por apresentarem altos teores de minerais, vitaminas e antioxidantes, por exemplo, o termo "superalimentos" não se trata de uma categoria científica, portanto, não existe oficialmente. 

“Geralmente, a classificação é usada para comunicar ao consumidor sobre alimentos de alto valor nutricional”, explicou a nutricionista Carolina Pimentel, doutora em ciências pela Universidade de São Paulo (USP), ouvida pelo Estadão.

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Os "superfoods" não se encaixam com os chamados alimentos funcionais, segundo Brunna Boaventura, professora de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), também em entrevista ao periódico.

“O alimento funcional é categorizado a partir de normas vindas de órgãos regulatórios, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no nosso país”.

O fato ´e que o termo ganhou notoriedade ainda na década de 1990. Alguns até se destacaram por intermédio de estudos realizados, mas, por outro lado, vários estão diretamente com o chamado modismo. Alguns deles, inclusive, são vendidos como emagrecedores. Diante de tantas informações, sobram questionamentos e dúvidas em torno do tema.

Pesquisa

Ainda de acordo com apuração do Estadão, uma pesquisa realizada com mais de mil pessoas na Alemanha e publicada no periódico Sustainability, veio mostrar que são muitas as pessoas que acreditam que o conceito se limita aos itens exóticos e importados.

A nutricionista Maísa Mota Antunes, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), disse ao jornal que tal realidade é encontrada no Brasil, também. “Há quem troque a nossa jabuticaba por goji-berry”, cita como exemplo.

Alimento mágico existe?

A resposta para essa pergunta é não. Definitivamente, não existe um alimento mágico que faça "milagre" sozinho. Tudo é questão de equilíbrio, boas escolhas e combinações adequadas. No quesito alimentação saudável, é o contexto que vai valer.

Por exemplo: não adianta consumir um bom azeite para temperar a salada, se o restante das escolhas no prato são pobres em nutrientes, ricas em gorduras saturadas. 

Alimentos individuais podem oferecer benefícios específicos à saúde devido aos seus nutrientes. Os peixes gordurosos são ricos em ômega-3, benéfico para a saúde cardiovascular e cerebral. 

Já as frutas e vegetais são fontes importantes de vitaminas, minerais e antioxidantes, fundamentais para a manutenção da saúde. Porém, nenhum alimento tem como fornecer todos os nutrientes de que o corpo precisa sozinho.

“A nutrição moderna prega a sinergia, a interação entre os compostos vindos de cada alimento”, pontua Brunna.

Cardápio equilibrado

Você em algum momento deve ter ouvido a máxima "quanto mais colorido o prato, melhor". Pois é isso mesmo! Não tem mistério. Uma dieta equilibrada deve ter variedade. Somente assim será possível garantir o aporte dos nutrientes que o organismo precisa para funcionar corretamente.

Mesmo não existindo uma definição oficial dos superalimentos, também não se pode deixar de lado que alguns apresentam características especiais.

Carolina afirma que a alimentação saudável está muito relacionada às questões sociais. “Ficar escolhendo alimentos só com esse objetivo de comer ‘superfoods’ tange a ortorexia”, alerta ao se referir a um transtorno alimentar que busca incansavelmente a dieta perfeita.

Além de boas escolhas e equilíbrio, o bem-estar também depende de outros fatores, como a prática constante de atividade física, sono adequado e o gerenciamento do estresse.

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Respeitar os hábitos culturais

Maísa lembra que não é necessário tomar um shot de cúrcuma logo pela manhã se o hábito é o de tomar um café com leite. “É fundamental respeitar hábitos culturais”, sugere.

Também não é preciso lançar mãos das berries importadas quando é possível encontrar nas feiras de rua alimentos frescos, nutritivos e ricos em sabor. 

O Estadão listou alguns itens que já foram apelidados de superalimentos. Confira:

1-Açaí

O fruto é nativo da Amazônia. Concentra vitaminas, mas seu atributo mais festejado é a grande quantidade de antocianinas, pigmentos de ação antioxidante. A recomendação é consumir o açaí sem adição de ingredientes como o xarope de guaraná, o leite condensado, entre outros. Por outro lado, frutas estão liberadas.

2-Aveia

Cereal milenar, com selo de alimento funcional desde a década de 1990, destaca-se por um tipo especial de fibra que atende pelo nome de betaglucana. A substância ajuda a equilibrar os níveis de colesterol na corrente sanguínea, protegendo as artérias. A aveia vai bem em mingaus e salpicada em frutas.

3-Azeite de oliva

Mais da metade da composição do azeite é pura gordura monoinsaturada, aclamada pelos benefícios cardiovasculares. O óleo da oliva contém, ainda, substâncias antioxidantes, com destaque para os polifenóis, que, além de conferir aquele aroma característico, diminuem o risco de tumores.

4-Chá-verde

O verdadeiro chá vem da planta Camellia sinensis. Entre seus principais fitoquímicos estão as catequinas, a cafeína, a teobromina e os taninos, numa mistura protetora das células e que garante mais disposição. E não adianta beber xícaras na busca pela barriguinha chapada. Se o objetivo é perder peso, apostena atividade física e siga uma orientação nutricional.

5- Cúrcuma

Espécie asiática, esse rizoma também é chamado de açafrão-da-terra. Também oferece compostos antioxidantes.

6- Goji-berry

Consumido há milhares de anos pelos orientais, que descrevem os efeitos benéficos do fruto desde então. No Brasil, ganhou popularidade a partir do século 21 devido aos supostos poderes no emagrecimento. Lembrando que não contam com respaldo científico. Possui fibras, vitaminas e sais minerais e é encontrada na versão seca.

7- Ora-pro-nóbis

Faz parte do grupo das PANC (plantas alimentícias não-convencionais) e, embora seja velho conhecido em muitas cidades mineiras, se tornou um fenômeno com o crescimento do veganismo. A planta oferece vitaminas, sais minerais e boa quantidade de proteínas.

8- Quinoa

Trata-se de um pseudocereal. Concentra minerais como o cálcio e o fósforo. O destaque fica por conta do teor proteico e de alto valor biológico. 

*Com informações do Estadão

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