Saúde

Enxaqueca: estudo aponta que redução da produtividade no trabalho chega a 53%

Caracterizada por uma dor crônica, intensa e pulsátil, de apenas um lado da cabeça, pode vir acompanhada de náuseas e vômitos. Neurologista fala sobre os impactos na vida dos pacientes

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução/Freepik - @yanalya

Mais que uma doença neurológica crônica que atinge mais de 30 milhões de brasileiros, a enxaqueca interfere na rotina de quem sofre com o problema desencadeando reflexos até mesmo no ambiente de trabalho.

Segundo o maior estudo global com pacientes com enxaqueca, o My Migraine Voice, realizado pela European Migraine and Headache Alliance (EMHA), a redução da produtividade no trabalho por conta da doença chega a 53%.

O neurologista Daniel Escobar explicou que a enxaqueca deixa os indivíduos em estado médico debilitante durante as crises. 

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“Com duração média de quatro a até 72 horas, o cérebro fica em um estado de superexcitação, mais sensível e vulnerável a estímulos externos, como luminosidade e sons, e internos, como fatores emocionais, deixando a pessoa em um estado incapacitante. Além disso, a dor potente altera a capacidade de concentração, fazendo com que leve mais tempo para concluir suas tarefas rotineiras e cometa erros com mais frequência, o que gera retrabalho e perda de recursos. Dependendo da atividade laboral, podem ocorrer situações mais graves, como acidentes”, pontua.

Ainda de acordo com o estudo, 60% dos profissionais afetados pela versão crônica da doença perdem, em média, uma semana de trabalho por mês. 

Entre os mais de 11 mil entrevistados, incluindo brasileiros, 84% relataram impacto da doença na vida profissional. 

Apesar disso, apenas 18% das empresas oferecem apoio a estes funcionários, mesmo com 75% informando a sua situação. O reflexo é direto: 12% dessas pessoas disseram que perderam o emprego por causa da enxaqueca e 13% mudaram de profissão ou carreira.

“O primeiro passo para mudar a situação é a sociedade reconhecer que a enxaqueca é um distúrbio neurovascular complexo, que vem acompanhado de outros sintomas que impactam na saúde do paciente e que podem persistir por horas ou até mesmo dias, tornando as atividades diárias, incluindo o trabalho, extremamente desafiadoras para quem sofre com a condição. Abordar e reconhecer esses desafios é fundamental para garantir um ambiente mais saudável, inclusivo e produtivo”, afirma o médico.

Enxaqueca: o que é, causas e tratamento

A enxaqueca é uma dor de cabeça crônica, intensa e pulsátil, de apenas um lado da cabeça, que pode vir acompanhada de náuseas e vômitos. 

Pode ser desencadeada por diversos fatores como:

- Estresse;
- Privação de sono;
- Jejum prolongado;
- Consumo de bebidas alcóolicas;
- Ansiedade;
- Tensão;
- Estresse;
- Odores.

O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica detalhada do paciente. Além do tratamento medicamentoso com acompanhamento médico, a mudança de hábitos de vida também tem impacto na melhoria das crises. 

“O paciente precisa conhecer os seus gatilhos e a origem da sua enxaqueca para não entrar em um ciclo vicioso de automedicação. Quem sofre de enxaqueca precisa entender também que ter uma rotina saudável é importante, mantendo uma alimentação equilibrada, o corpo hidratado, a prática regular de atividade física e um sono de qualidade”, finaliza o médico.

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