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Antes que seja tarde: para que outros efeitos possam nascer - sobre a série “Adolescência”
O colunista Carlos Queiroz faz uma análise sobre a série "Adolescência". Conhecemos mesmos os nossos filhos? Conhecemos seus símbolos e códigos?
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O colunista Carlos Queiroz faz uma análise sobre a série "Adolescência". Conhecemos mesmos os nossos filhos? Conhecemos seus símbolos e códigos?
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Voltemos ao termo curadoria. Ele implica as considerações postas acima, mas pode mesmo ser simplesmente o efeito de um ato prosaico, cotidiano de escolher: separar algo entre os demais. O estranho tem sido o uso desmesurado do termo no campo da vida comum, deslocamento de algo específico do campo das artes para outro lugar. Sempre tenho em mente a ação profícua de Pietro Maria Bardi como curador do MASP, viajando, visitando acervos particulares, elencando, doando, adquirindo e conservando obras fundamentais da história da arte ocidental para compor o acervo daquele museu. Trata-se da figura ímpar que mescla o guardião de um acervo, promotor de políticas de aquisição de obras, organizador e intérprete de obras e sinais em mostras, as quais aproximam o fechado do museu ao aberto da visita pública. Hoje temos outras possibilidades de curadorias, tantas quantas são as diversas maneiras de manifestação em arte contemporânea, onde operam o diverso, o obtuso, o fora do eixo e outras situações de fronteira em que se encontram as imagens.
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Um exemplo disso é Journey (2012), da thatgamecompany. Nesse jogo, o jogador assume o controle de um personagem sem rosto, que atravessa vastos desertos em direção a uma montanha. A narrativa minimalista e a ausência de diálogos permitem que o jogador projete suas próprias emoções na jornada. O cenário aberto, a trilha sonora imersiva e as interações com outros jogadores anônimos criam uma experiência altamente subjetiva, na qual o jogador “devém” junto ao personagem.
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Reforço aqui, portanto, não apenas meu entendimento, mas também, a escolha que faço enquanto artista, intelectual e professor, por uma arte socialmente engajada, que para mim, é aquela que tem como sua matéria-prima, o desejo de promover mudanças sociais e políticas, que desafia o estabelecido e busca reconhecer a voz dos marginalizados, ainda que seja “apenas”, chamando atenção para um dado problema, muitas vezes silenciado no campo da disputa estético-discursiva.
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O que decidi trazer para vocês nesse meu texto para a Coluna Arte+, carrega e compartilha um incômodo que me acompanha desde sempre, quando o assunto é: que arte é essa que não serve para nada?
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Quarta-feira, Por volta de cinco e alguma coisa, da tarde Quase seis Saio de casa De bicicleta E observo aquilo que se repete, mas nunca fica diferente A super fila dos carrões entulhados, como naquela cena do desenho do Pateta. E a patetada, que não pode caminhar, faz urra Tudo para buscar os filhos Que […]
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Essa imagem me diz muito. Uma fotografia que fiz quando estive em Brasília para uma reunião da Capes, em agosto de 2019. Saindo do hotel e caminhando em direção ao local da reunião, havia uma escada que dava acesso a um pátio de estacionamento de um shopping. Aquela simetria, no diálogo entre luz e sombra, […]
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Cuidar, cuidando Enquanto olha o ser olhado Eis o verbo cansado A ponto de virar sujeito Que transborda menos o si Para entoar o intuir de um horizonte em devir fresta “Paisagem como janela da alma”, não me canso de dizer Mas não aquela janela panorâmica Esgarçada pelo desejo de ser primeira pessoa do singular […]
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Para mim, é a cidade que nos oferece esse suporte para o agir emancipado. Cidade, que as vezes é palco, outras telas, folha em branco, rascunho, rabisco. Cidade como campo do agir, que nos dá a ver, modos de agir. Agir no espaço-tela da rua, na paisagem-câmera da calçada, no território-poesia dos muros. Eis um horizonte que se enuncia como possível: arte, educação e cidade como campos discursivos, estéticos e políticos que se misturam. Horizonte possível: arte como obra de arte. Educação como obra de arte. Cidade como obra de arte.