Carnaval de Vitória

Barreiros trará a chegada de africanos em Vitória para desfile

Escola abrirá os desfiles do grupo B no Carnaval de Vitória com enredo que também fará referência aos orixás protetores da natureza

A Unidos de Barreiros vai abrir os desfiles do grupo B do Carnaval de Vitória 2025. (Foto: Thiago Soares/Folha Vitória)
A Unidos de Barreiros vai abrir os desfiles do grupo B do Carnaval de Vitória 2025. (Foto: Thiago Soares/Folha Vitória)

A Unidos de Barreiros será a primeira escola de samba a desfilar pelo grupo de acesso B no Carnaval de Vitória neste ano. A agremiação, que integrava o grupo A até 2024, abre os desfiles de domingo, 23 de fevereiro, com enredo sobre a chegada dos africanos na Capital capixaba.

A vermelho e branco do bairro São Cristóvão, em Vitória, fará referência aos orixás protetores da natureza e dos povos de matriz africana no enredo “A voz do negro ecoa pelo ar”.

O desfile assinado pelo carnavalesco Wallace Veiga será dividido em 12 alas. Ao todo, a Barreiros levará para o Sambão do Povo um carro alegórico, um tripé e 550 componentes.

Ao Folha Vitória, o carnavalesco da escola contou que a proposta do enredo aponta, principalmente, para a liberdade. Wallace garantiu que o público pode esperar um grande desfile na avenida.

O enredo fala sobre a África que aportou em Vitória, com um grito de clamor à liberdade. Com isso, a voz dos negros ecoará pelo nosso Sambão do Povo em busca de mais uma vitória. Será uma grande festa com uma linda e grande explosão de cores, como em toda linda festa de matriz africana“, contou.

Samba-enredo da Unidos de Barreiros 2025

Compositores: Tuninho Azevedo, Girão, Neyzinho do Cavaco, Edmundo Aylor e Sergio Anderson.

África, minha pequena África
Em terras capixabas aportou
Trazendo encantos e magias
Culturas de um povo lutador (ôô)
Com sua fé e devoção
Ao Santo Negro do Rosário
Buscou alforria e libertação

Vem na dança do caxambu (caxambu)
Saravá Congo, saravá (saravá)
Com amor e devoção
As ondas do mar de Odoyá

Eparrei, senhora da tempestade
Ora yê yê ô, nossa mãe Oxum
Vou me banhar em suas águas
Para purificar, recebendo as bênçãos de Oxalá
Bato tambor, o meu ijexá
Tem festa no xirê, nessa noite de luar
Salve a umbanda e o candomblé
O canto do negro ecoar seu axé

Hoje a Barreiros é resistência
Ecoando a voz da liberdade
Chega de lamento e dor
Sem o açoite da chibata
Vou mostrar nosso valor

Carol Poleze, repórter do Folha Vitória
Carol Poleze Repórter
Repórter
Graduada em Jornalismo e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).