Carnaval de Vitória

Detentos ajudam na produção de fantasias de passistas da MUG

O trabalho que acontece dentro da unidade prisional busca oferecer capacitação profissional e incentivar a reintegração social

Reprodução/Sejus
Reprodução/Sejus

Internos do Centro de Detenção Provisória de Viana 2 (CDPV2), unidade prisional administrada pela Secretaria da Justiça (Sejus), estão produzindo cerca de 50 fantasias de carnaval para a escola de samba Mocidade Unida da Glória (MUG).

As roupas serão usadas por passistas durante o Carnaval de Vitória 2025 . A entrega das fantasias está prevista para a próxima segunda-feira (10).

O trabalho, que acontece dentro da unidade prisional, busca oferecer capacitação profissional. Além disso, incentiva a reintegração social por meio do trabalho e da arte, segundo a Sejus.

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Os tecidos e demais aviamentos foram disponibilizados pela escola. Conforme o diretor do centro de detenção, Wagner Fischer Sarmento, a ação possibilita que os internos desenvolvam habilidades produtivas. Também fortalece o senso de responsabilidade e pertencimento à sociedade.

“Para a unidade, ações como essa demonstram que, mesmo dentro de um ambiente provisório, é possível proporcionar experiências que promovam disciplina, valorização do trabalho e mudanças significativas na postura dos internos. Além disso, reforça o compromisso da instituição com projetos de reintegração social, mostrando que a ressocialização pode acontecer em diferentes contextos e em momentos do cumprimento da pena”, ressaltou Sarmento.

A coordenadora de Passistas da escola de samba Mocidade Unida da Glória (MUG), Dalila Rufino Cruz, explicou que as fantasias confeccionadas farão parte da ala “A Forja: Segredo Ancestral”. Ela ressalta a importância da parceria com a Secretaria da Justiça (Sejus):

“Não são apenas os passistas que brilham. Quero destacar o incrível trabalho realizado pelos internos do Centro de Detenção Provisória de Viana 2, sob a coordenação dos servidores da unidade. Essa experiência representa muito mais do que apenas um desfile. É uma oportunidade de aprender, crescer e se orgulhar do que podem alcançar”.

O interno L.P. participa da confecção das fantasias. “Foram 22 dias de muito trabalho. Para nós é uma honra concluir as fantasias que nos foram confiadas. Nunca imaginei que um dia estaria sentado diante de uma máquina de costura, assumindo essa responsabilidade. Ver tudo isso sair do papel foi incrível”, contou.

Além de participar da confecção, o interno R.A.P. também pôde ensinar o ofício aos demais detentos.

Eu já sabia costurar, mas nunca imaginei que um dia faria fantasias para uma escola de samba. Sinto muita gratidão pela confiança. Tivemos trocas importantes ao longo desse processo. Nos dedicamos ao máximo para que o trabalho ficasse bem feito. E, além de tudo, ainda tive a experiência de ensinar, disse.