Com a crescente naturalidade do acesso a informações instantâneas e o uso de ferramentas como o ChatGPT, surge uma questão crucial: até que ponto conseguimos absorver de forma eficaz as informações relevantes para a tomada de decisões em nossos negócios?
Em um mundo onde a criatividade é o motor da economia global, a proteção do que se cria ainda é um tema amplamente negligenciado. Muitos formadores de opinião, empresários, estudantes e pesquisadores ignoram os fundamentos da propriedade intelectual, colocando em risco suas inovações e criações.
A propriedade intelectual abrange uma vasta gama de setores, incluindo arquitetura, produção audiovisual, design, jogos, moda e música. Segundo dados da Firjan, o “PIB Criativo” brasileiro totalizou R$ 217,4 bilhões em 2020, um valor que rivaliza com setores tradicionais como o da construção civil.
A importância da economia criativa é ainda mais evidente quando observamos dados do Statista: a receita da indústria de música gravada chegou a aproximadamente 29 bilhões de dólares em 2023, enquanto o design de construção ultrapassou 18 bilhões de dólares em 2020.
O mercado de jogos para dispositivos móveis alcançou cerca de 248 bilhões de dólares em 2022, e o comércio eletrônico de moda deve ultrapassar a marca de 770 bilhões de dólares em 2024, com uma projeção que avalia o setor em 1,7 trilhões de dólares.
Esses números evidenciam o valor substancial que a propriedade intelectual oferece às empresas, com impactos significativos a longo prazo. Aqueles que dominam a gestão de bens intangíveis estarão melhor posicionados para aproveitar as oportunidades em um mercado competitivo, onde inovação e diferenciação são essenciais.
Uma pesquisa da Ocean Tomo revelou que, em 2021, 90% do valor das empresas da S&P 500 derivava de ativos intangíveis, reforçando a importância de proteger o que se cria.
Mas, como a propriedade intelectual se aplica na prática à indústria criativa?
É crucial entender que a propriedade intelectual vai além de simplesmente registrar uma marca no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Envolve uma série de questões contratuais e estratégicas que são fundamentais para a construção de uma marca sólida.
A propriedade intelectual se divide principalmente em direitos autorais e propriedade industrial, abrangendo três áreas essenciais para a indústria criativa: desenho industrial, registro de marca e patente.
Um dos maiores erros que um empreendedor da indústria criativa pode cometer é negligenciar a proteção de suas criações. Por exemplo, no caso das patentes, o sigilo durante o processo de registro é vital para garantir o andamento adequado e a proteção da invenção.
Além disso, a análise cuidadosa de nomes e marcas é fundamental para evitar colidências e garantir que o registro seja feito corretamente. Esse cuidado pode impactar significativamente na percepção da marca no mercado, evitando a diluição do seu valor.
Em suma, a propriedade intelectual é uma ferramenta poderosa que, quando bem utilizada, pode transformar a forma como as empresas operam no cenário atual. É fundamental que todos os envolvidos na criação, seja na música, no design, na moda ou em qualquer outro setor, compreendam a importância de proteger suas inovações.
Em um mundo que valoriza cada vez mais a criatividade, garantir a segurança do que você cria pode ser o diferencial que levará sua empresa ao sucesso.
A proteção adequada da propriedade intelectual é um “detalhe” crucial que pode ser a chave para apresentar uma proposta única de valor em um mercado saturado e altamente competitivo. Com a inovação sendo um dos pilares para o sucesso, garantir que suas criações sejam protegidas não é apenas uma questão de direito, mas uma estratégia inteligente para o crescimento e a sustentabilidade do seu negócio.
Afinal, investir em propriedade intelectual significa investir na inovação.
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