“A persistência da paisagem”: exposição de Fernando Augusto, no MAES
O artista Fernando Augusto inaugura a exposição individual “A Persistência da Paisagem”, no MAES – Museu de Arte do Espírito Santo, contemplada pelo Edital 009/2022, da SECULT. Na ocasião, o artista apresentará trabalhos relacionados à sua pesquisa com paisagens, em desenhos, fotografias e vídeos.
A mostra tem vernissage no dia 11 de Junho de 2024 e estará aberto à visitação até 11 de Agosto de 2024.
Numa trajetória de múltiplos caminhos, parece impossível precisar a origem de certas influências que culminam no estilo de Fernando Augusto.
Em 2012, após recorrentes viagens à Amazônia, F. A. embarca em um navio da Marinha Brasileira para desenhar e fotografar a floresta Amazônica. Daí nasce o seu interesse em desenhar paisagens, que se modificam constantemente no trânsito, na passagem.
Aliás, a deriva é uma prática recorrente para o artista, que se vale de longas caminhadas como forma de resistir à aceleração dos meios de produção da contemporaneidade, que afetam sobremaneira o fazer artístico.
O que de início parecia apenas uma aventura, um modo de conhecer essa grande floresta, transforma-se em projeto permanente, aguçando o interesse do artista pela paisagem, em especial a brasileira. Fernando Augusto afirma que “nunca havia desenhado paisagem, mas ao começar a desenhá-las, era como se já as tivesse desenhado.”
Com curadoria de Almerinda Lopes e assistência curatorial de Flávia Dalla Bernardina, foi criada uma cartografia para a exposição que compartilhará três espaços simultaneamente: o salão principal do MAES, a galeria Matias Brotas e o ateliê do artista, na Cidade Alta, centro de Vitória.
O espectador poderá fruir a experiência da deriva e criar rotas de deslocamento para chegar aos trabalhos. Para encontrar as obras do artista Fernando Augusto, o público é convidado a inventar as próprias paisagens do percurso, através de lugares reais, como diz o artista.
Como assinala a curadora da exposição, Almerinda Lopes: “Assim, à medida que o espectador se detém a observar e a dialogar com essas obras, a percepção torna-se tátil, condição necessária para penetrar, tocar e desvelar os elementos poéticos e poiéticos, ou seja, o que não pertence à ordem do visível, mas ao invisível, à subjetividade e ao imaginário.
Nas paisagens construídas por Fernando Augusto, em especial as de grandes dimensões, é possível desvendar uma diversidade de imagens e signos ou formas que habitam um espaço que nos parece incomensurável ou que se expande para além dos suportes.”
O núcleo educativo da exposição é coordenado pela professora Margareth Sacht Goes, com assistência de Danielly Tintori, que trazem o conceito de desenho no campo expandido como ativador de torções, misturas, tensionamentos e interconexões que permearão as ações educativas.
Uma das propostas é ativar o imaginário para criar regras e outros dispositivos, que potencializem as materialidades, os repertórios e os corpos em ação, colocando em evidência a relação da arte e vida e os limites da nossa relação com o meio ambiente.
Ao longo da exposição uma programação de conversas será realizada como forma de criar campos de interação sobre os trabalhos, o processo criativo e o exercício crítico em torno da pesquisa de Fernando Augusto.
O primeiro encontro será entre o artista e a pesquisadora e professora do DAV-UFES, Cláudia França, a ser realizado na Galeria Matias Brotas e o segundo entre o artista e a curadora Almerinda Lopes, no MAES.
Serviço:
A Persistência da Paisagem
MAES – Museu de Arte do Espírito Santo
Abertura: 11 de Junho de 2024
Visitação: 12 de Junho a 11 de Agosto de 2024
Programação Paralela:
- “Outras paisagens” – exposição paralela na Galeria Matias Brotas
13 a 21 de junho, das 13 às 19h
- Conversa entre o artista e a pesquisadora Cláudia França
13 de junho às 17h
Local: Galeria Matias Brotas
- Conversa entre o artista e a curadora Almerinda Lopes
8 de agosto às 17h
Local: MAES – Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio DelSanto