Por que a arte existe?

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Jociele Lampert

Observar pinturas e construir pensamento contemporâneo, requer de fato trazer a luz questões sobre o porque a arte existe? Ou, quem precisa dela? Ou mesmo, se alguém precisa dela? Estas perguntas podem também ser relevadas nos diários do cineasta Andrei Tarkovski, outro artista que transita sobre o tema do tempo, da vida, da finitude, da existência e do amor. Há algumas considerações, para que se vive (?).

Nascemos por alguma razão (livre arbítrio, talvez), e vivemos como desejamos escolher (talvez). É quase uma condição filosófica, ou mesmo da experiência subjetiva que tensiona algo entre o que é científico e também, estético. Ou algo que existe como matéria ou pensamento, que não se vê. Imagens são pré-textos, são hieróglifos que precisam ser desvendados, percebidos, interpretados e compreendidos.

Mais além, sentidos e ativados, com interação e movimento. Há um caminho vivo que se faz na percepção de si e do Outro. Através da imagem mantém-se uma consciência do infinito, do eterno dentro do finito, do espiritual dentro da matéria. A arte é para todos e todas, e se dirige na esperança de criar impressões para ser sentida, por meio da energia que o artista deixa impregnado.

Assim, o significado da existência é também, coletivo. Apreciar arte tem a ver com o exercício da intuição (impregnada), e por metáforas produzidas. Pode ser comum ou banal, mas é a condição genuína, que perdemos com nossa racionalidade. Por tais razões, a arte não serviria para justificar, encaixar, moldar, rotular e nem mesmo projetar, e sim, para questionar, refletir e experienciar, um modo de produzir metáforas.

 

Referência:

Site do artista:

https://ivoalexandre.com/português

Rede social:

https://www.facebook.com/ia.ivoAlexandre/

@ivo_alexandre_artist

 

 

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Jociele Lampert

Professora titular na Universidade do Estado de Santa Catarina. Desenvolveu pesquisa como professora visitante no Teachers College na Columbia University na cidade de New York como Bolsista Fulbright em 2013. Em 2023 foi investigadora visitante na Faculdade de Belas Artes de Lisboa em Portugal, com bolsa CNPq. Coordena o projeto de cooperação internacional “O estúdio de pintura como um laboratório de ensino e aprendizagem em artes visuais” UDESC/CNPq. Tem Doutorado em Artes Visuais pela ECA/USP (2009); Mestre em Educação pela UFSM (2005). É líder do Grupo de Pesquisa Entre Paisagem UDESC/CNPq e CEO na Revista Apotheke e no Programa Permanente de Extensão Estúdio de Pintura Apotheke (UDESC). É professora de pintura no Departamento de Artes Visuais da UDESC.