Uma vida inteira de trabalho duro na roça e como pedreiro. No momento em que o senhor Euraci Alves Porto, de 85 anos, poderia descansar, é obrigado a conviver com dores insuportáveis no olho direito.

O aposentado descobriu um tumor há aproximadamente oito anos e, no ano passado, o médico disse que somente um transplante de córneas pode resolver o problema. A última consulta feita pela família ao Sistema de Doação de Órgãos, no entanto, apontou que a posição do senhor Euraci na fila de transplantes era a de 853.

“Eu não aguento mais sofrer! Os remédios não fazem mais efeito. Se dor matasse, eu já teria morrido de tanto que isso dói!”, desabafou o aposentado.

O Conexão Justiça procurou o presidente da Comissão da Saúde Pública e Suplementar da OAB Espírito Santo para saber melhor como funciona a fila para receber um órgão.

De acordo com o advogado Marcus Tourinho, a lista para transplantes no Brasil é única, organizada por Estado ou Região e monitorada por órgãos de controle, o que impossibilita que uma pessoa conste em mais de uma lista ou que a ordem legal não seja obedecida.

“No primeiro momento, a fila é cronológica, pela data em que o paciente se inscreveu. Mas dependendo do perigo de morte, de tipagem sanguínea, questões genéticas e outras propriedades examinadas, o local na fila para receber o órgão pode ser antecipado”, explicou o advogado Marcus, que também é presidente da Comissão de Direito da OAB Espírito Santo.

O SUS tem o maior programa público de transplante do mundo e para continuar assim, é preciso de doadores! Para ser um doador de órgãos e tecidos é preciso ter mais de 18 anos.

O recomendado é informar à família. Algumas pessoas procuram um cartório para registrar essa vontade ou a registram no documento de identidade. Também há a possibilidade de se cadastrar nos sites www.adote.org.br ou www.redome.inca.gov.br.

Assista à reportagem completa do CONEXÃO JUSTIÇA no vídeo abaixo e saiba mais como funciona a fila de transplantes e o que fazer para ser doador de órgãos.

O QUE DIZ A SECRETARIA DE SAÚDE DO ESPÍRITO SANTO

No caso do paciente Euraci Alves Porto, a Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo (CET-ES) informa que ele foi inscrito na fila para transplante de córnea em 18 de julho de 2023 e segue ativo desde então. No entanto, o tempo de espera médio para realização desse tipo de transplante para pacientes eletivos é de aproximadamente 5 anos.

Até a última sexta-feira (14), 1.243 pessoas aguardavam um transplante de córnea no espírito santo. Neste ano, de janeiro a maio, foram realizados um total de 105 transplantes de córneas no estado.

A coordenação da CET-ES explica que o transplante de córnea é um procedimento cirúrgico que substitui o tecido danificado, por um tecido saudável de um doador, sendo a última alternativa, quando não há outro recurso para reabilitação da visão do paciente com um problema na córnea.

O transplante de córnea é um processo que envolve várias etapas: avaliação do paciente, procedimento cirúrgico e o acompanhamento pós-operatório. A avaliação do tecido ocular para o transplante passa por rígida avaliação clínica e sorológica do doador e pela avaliação microscópica da córnea. Esses passos são seguidos para assegurar que o tecido disponível seja seguro e eficaz no tratamento do receptor.

CONEXÃO JUSTIÇA

O Conexão Justiça é um projeto idealizado e apresentado pela jornalista Marcelle Altoé, que também é advogada. Além da publicação na coluna do site Folha Vitória ES, as matérias vão ao ar na TV Vitória toda quarta-feira no programa Cidade Alerta ES (18h) com reprise na quinta no ES no Ar (06h30).

As reportagens abordam problemas jurídicos de todas as áreas do direito, sempre trazendo um especialista para dar dicas de como a pessoa pode resolver aquela situação.

Para participar basta enviar mensagem de texto para o WhatsApp do Conexão Justiça (27) 99877-0099, para o e-mail [email protected] ou para os Instagrans @conexaojustica e @marcelle_altoe.

2 comentários em “Transplante de córnea: idoso não aguenta mais as fortes dores nos olhos

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