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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Desastres Naturais criam os Refugiados Climáticos

Refugiados climáticos ou ambientais são pessoas forçadas a deixar o lugar em que vivem, de maneira temporária ou permanente, em virtude de eventos climáticos e ambientais, de origem natural ou humana, que colocam em perigo a sua existência ou afetam seriamente a sua condição de vida.

Mudanças climáticas podem intensificar conflitos

Dados do Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos da Organização Internacional de Migrações da ONU indicaram um aumento considerável de migrações provocadas por eventos climáticos extremos e desastres naturais, número que em 2023 superou aqueles causados por guerras, repressão e violência. Desastres como os ciclones Freddy e Mocha, assim como os incêndios florestais do Canadá e o terremoto na Turquia e Suíça teriam originado um deslocamento interno de 26,4 milhões de pessoas, isto é, 56% do total superando em mais de quatro vezes aqueles originados por conflitos e perseguição política que assolaram mais de 6 milhões de pessoas. O Brasil se encontra entre os seis países com o maior número de pessoas deslocadas por desastres naturais, uma vez que em 2023 foi registrado 745 mil deslocamentos devido sobretudo às chuvas no Amazonas, Pará, Acre, Maranhão e na região Sul, atrás da China (4,7 milhões), Filipinas (2,5 milhões), Somália (2 milhões), Bangladesh (1,7 milhões) e Mianmar (955 mil). O relatório ressalta a urgência de adotar medidas preventivas para mitigar as condições que levam ao deslocamento forçado e de oferecer proteção aos refugiados. Simultaneamente, é crucial buscar estratégias de adaptação às mudanças climáticas. A falta de ação climática efetiva e a redução de riscos podem resultar em um aumento significativo no número de pessoas necessitando de assistência humanitária. As consequências imediatas e de longo prazo das mudanças climáticas podem intensificar conflitos, levando não apenas ao deslocamento de pessoas de suas casas e países em busca de abrigo, mas também aumentando os riscos de violações dos direitos humanos. Eventos climáticos como o El Niño e temperaturas elevadas têm causado chuvas intensas, inundações e deslizamentos no Brasil, Peru, México e Equador. Além disso, esses fenômenos afetaram a produção agrícola no Brasil e em toda América Central, forçando pequenos agricultores a migrarem das áreas afetadas por secas e tempestades em direção aos centros urbanos.

Casos por todo o mundo

Esses eventos extremos estão diretamente relacionados às mudanças climáticas, que aumentam a frequência e a intensidade de fenômenos naturais, forçando comunidades a abandonarem suas casas em busca de segurança. As inundações no Rio Grande do Sul exemplificam essa situação. Cerca de 2 milhões de pessoas foram impactadas, com 32 mortes e 74 desaparecidos. O número de desalojados já superou 320 mil pessoas. Em Valparaíso no Chile um incêndio de grandes proporções considerado um dos piores desastres do país, levou a mais de 110 mortos e cerca de 15 mil casas atingidas. A adaptação às mudanças climáticas deve ser uma prioridade, considerando que eventos extremos podem dobrar o número de pessoas necessitando de ajuda humanitária. A busca por soluções sustentáveis e a conscientização sobre os impactos climáticos são essenciais para proteger vidas e comunidades em todo o mundo.