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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Estiagem na Amazônia e temporada de chamas chegam antes do previsto

A chegada do inverno trouxe alertas para estiagem e incêndios florestais em dois dos maiores biomas do país. Atualmente, os rios da Amazônia apresentam baixos níveis de água faltando apenas duas semanas para o começo oficial da temporada de seca. A expectativa é que a vazante supere o recorde registrado em 2023. O Rio Negro, em Manaus, baixou mais de um metro agora no fim de junho. O Rio Solimões já começou a dificultar a vida daqueles que trabalham no porto da cidade.

O risco de uma crise econômica, ambiental e social em proporções inéditas já é um risco real para a população, principalmente, a população ribeirinha que sofre com o isolamento.  A Defesa Civil do Estado anunciou no dia 20 de junho que o período de estiagem pode se antecipar em pelo menos 30 dias, tendo em vista que, normalmente, ocorre apenas a partir de agosto. 

Origem humana

A intensidade incomum dos fenômenos El Niño e La Niña afetam o regime de chuvas da região e colaboram com os recordes de temperatura. Estamos diante de uma crise que ainda não acabou e que está longe de acabar. Os impactos derivados das secas de agosto e novembro de 2023 ainda são sentidas. Os níveis dos rios ainda estão abaixo da média, assim como o desmatamento e as queimadas continuam a aumentar significativamente. As medidas que tomamos hoje não são suficientes para proteger a floresta. A Amazônia registrou um aumento de 286% nos focos de queimadas apenas em fevereiro, quando comparamos com o mesmo período de 2023.

Os incêndios no Pantanal consumiram mais de 61 mil hectares do bioma, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tendo atingido 688.125 hectares do bioma do período de 1 janeiro até 27 de junho, isto é, 1013% maior do que os mesmos seis primeiros meses do ano passado.  No entanto, é comprovado que as causas das queimadas que atualmente consomem o Pantanal são de origem humana. E a seca extrema, a vegetação predisposta a incêndios e a temperatura acima do normal dificultam a contenção do fogo.

As cicatrizes do fogo aparecem mais uma vez

O Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou, no dia 25 de junho, 80 agentes da Força Nacional com o intuito de auxiliar no combate dos incêndios que atingem o Pantanal, no Mato Grosso do Sul. Sendo que, metade do efetivo é composto por militares do Corpo de Bombeiros. Além disso, Equipes da Marinha, Exército do Brasil, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto Nacional de Preservação Ambiental (Inpa) e outros órgãos nacionais foram convidados a incorporarem o gabinete de crise.

Afinal, jacarés foram encontrados carbonizados. A vegetação outrora verde se tornou cinza, em Corumbá. A fauna e flora estão sob sério risco mais uma vez. Os incêndios estão se alastrando de forma rápida e ganhando cada vez mais força. Tendo em vista que, a temporada das chamas, que começaria em julho, chegou mais cedo e que o estado de emergência foi decretado pelo Diário Oficial no dia 24 de junho.