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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Por Paulo Silva

Desperdício Alimentar: Um Desafio Urgente para um Futuro Sustentável

O desperdício alimentar é um problema global que demanda a atenção imediata da sociedade. Imediatismo que já se justificaria, porque apesar de se produzir o suficiente para alimentar a população mundial de mais de 8 bilhões de pessoas, mais de 800 milhões de pessoas estão em situação de fome no mundo, segundo dados do World Food Program. Prevenir o desperdício alimentar não só ajudaria a erradicar a fome, mas também apoiaria outras importantes iniciativas, como a redução dos impactos ambientais, a descarbonização da sociedade e a criação de empregos.Neste contexto, a estruturação de políticas públicas e a promoção de iniciativas de redução do desperdício alimentar se mostram como importantes estratégias de desenvolvimento sustentável, que possibilitam enfrentar, de forma concomitante, desafios ambientais, sociais e econômicos.

O impacto ambiental do desperdício

A disposição inadequada dos resíduos orgânicos em aterros sanitários e lixões é uma das principais fontes de emissões de metano no país, que impactam de forma significativa o aquecimento global. Estimativas do Observatório do Clima mostram que a emissão de metano em aterros controlados, lixões e aterros sanitários correspondem a, no mínimo, 2,5% do total de emissões de gases de efeito estufa do Brasil. Este fato coloca o país como o quinto maior emissor global de metano, o que justifica esforços urgentes para cumprir os compromissos assumidos na COP26, de reduzir suas emissões de metano em 30% até 2030.

Política de combate ao desperdício e inclusão social

Uma política consistente nesta área possibilitará também promover a inclusão social, na medida em que pode integrar organizações de catadores de materiais recicláveis na gestão de resíduos orgânicos. Esta inclusão possibilitaria ampliar a coleta seletiva de resíduos orgânicos e áreas de compostagem, assim como na venda do composto orgânico produzido, com impactos positivos na economia local, e na valorização do trabalho desses profissionais.

É óbvio que o desafio do combate ao desperdício alimentar é complexo e multifacetado. Exigirá um esforço conjunto de governos, empresas, organizações da sociedade civil e indivíduos. Governos podem implementar políticas públicas que incentivem a redução de desperdícios. Empresas podem adotar medidas para reduzir o desperdício em suas operações e conscientizar seus consumidores e cadeia de fornecimento sobre a importância do consumo responsável. Organizações da sociedade civil podem desenvolver projetos educacionais e campanhas de conscientização sobre o desperdício alimentar. E os indivíduos podem tomar medidas simples em seu dia a dia, como planejar suas compras, armazenar os alimentos corretamente e evitar o consumo excessivo.

Fato é que a construção de um futuro mais sustentável depende do compromisso de todos em combater o desperdício alimentar. É hora de agir com urgência e responsabilidade para garantir um desenvolvimento mais sustentável, com segurança alimentar, proteção do meio ambiente e geração de empregos e renda.

Paulo Cezar de Siqueira Silva

CEO da Irradiare Consultoria em Sustentabilidade, membro da CEE256 - ESG da ABNT e do Conselho de Responsabilidade Social da FINDES e líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES