Entenda o valor da arte de fazer perguntas
Você sabia que a criatividade humana vai se perdendo com o tempo?
É o que aponta pesquisa realizada a pedido da Nasa por George Land e Beth Jaman. Foram realizados testes para medir a capacidade de ter novas ideias na resolução de problemas com 1.600 pessoas dos 04 aos 15 anos de idade.
Quando elas tinham entre 04 e 05 anos, 98% apresentavam alta criatividade nos testes; com 10 anos, o percentual caiu para 30%; aos 15 anos, somente 12% mantiveram o índice de criatividade alto. Na vida adulta o resultado foi ainda mais alarmante: menos de 2% delas permaneciam criativas.
O que explica esses números?
Há em nossa sociedade um desejo enorme pela normalização dos indivíduos, facilitando a sua adaptação ao mercado de trabalho.
Em uma linha de produção, quando um produto sai do padrão, ele é descartado.
Na educação, quando alguém foge ao padrão, o que é feito?
Eu comecei a me conformar – entrar na forma – quando tinha uns sete anos. Nessa época, eu fiz minhas primeiras provas na escola, e, portanto, recebi minhas primeiras notas.
Logo percebi que dar respostas certas era mais importante do que questionar.
Dúvidas eram engolidas como sapos.
Mas aí vem a vida adulta, e o próprio mercado, e sai reprovando a gente em um monte de matéria, pedindo ideias fora do comum para solucionar problemas de um novo tempo.
Como acompanhar as mudanças?
Sim, o mundo sempre vai mudar bem na sua vez.
Só que agora o teste de adaptabilidade está ficando um pouquinho mais frequente, em outras palavras, tem prova toda semana.
Nesse contexto de mudanças, quem tem um cérebro extra é rei. Ainda mais um cérebro máquina com uma capacidade exponencial de não só armazenar e analisar dados, mas também de criar!
A Inteligência Artificial Generativa está aí para ensinar que mais do que praticar empatia com humanos, precisamos praticar a empatia digital.
Traduzindo: saber lidar com a máquina, que hoje é ter a habilidade de fazer “prompts” inteligentes. Para isso, precisamos de um bom repertório para formular boas perguntas.
Aqui vão algumas dicas para exercitar o músculo criativo-questionador:
- Fure a sua bolha: amplifique sua curiosidade buscando novos roteiros, fazendo amigos, lendo livros diferentes dos usuais, seguindo novos assuntos e pessoas nas redes sociais, explorando novos conhecimentos.
- Conviva com outros questionadores: viver rodeado por pessoas que pensam diferente não permite a acomodação, tem sempre um ponto de vista novo a ser considerado.
- Mude: de casa, de carreira, de ideia, de área, de interesses, de hábitos, as mudanças são oportunidades para exercitar sua flexibilidade e trabalhar seus preconceitos.
- Coloque um “E se…” na sua rotina: novas possibilidades surgem quando nos permitimos questionar.
Aprender a questionar nos prepara para a evolução e a inovação. Ao sairmos do conformismo e abraçarmos a dúvida, nos tornamos agentes de mudança, capazes de construir um futuro promissor.
Afinal, só está preparado para evoluir, quem está preparado para inovar.
Dados que Corroboram a Importância do Questionamento:
Estudo do McKinsey Global Institute revelou que até 800 milhões de empregos podem ser automatizados até 2030. (Fonte: “Jobs Lost, Jobs Gained: What the Future of Work Will Mean for Jobs, Skills, and Wages”, de 2019).
Pesquisa da Fundação Carnegie Mellon identificou o pensamento crítico e a resolução de problemas como as habilidades mais importantes para o sucesso no século XXI. (Fonte: “21st Century Skills: What Students Need to Learn for Success in a Technology-Driven World”, 2016).
Relatório da OCDE destaca que a capacidade de formular perguntas e buscar soluções é crucial para o desenvolvimento de cidadãos ativos e engajados. (Fonte: : “The Future of Education: Learning to Learn for a Changing World”, 2018).
O mundo pede movimento, flexibilidade e criatividade. Quais são as perguntas que nos levarão a um futuro melhor?