Veja 7 dicas para escolher qual carreira seguir

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Ana Carolina P. Carvalho

Meu primeiro artigo é dirigido ao público, com o qual trabalho há mais de 10 anos e para o qual disponho minha escuta clínica e dedicação: o jovem em vias de ingresso ao Ensino Superior, que se depara com a necessidade de escolha da carreira, decisão complexa que envolve seu futuro.

Porque fazer uma escolha por alguma coisa implica deixar a outra coisa, implica perder algo, sobre o qual se imagina saber. Quem poderá você se tornar no futuro, escolhendo o caminho X ou Y? 

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Como em algumas circunstâncias na vida, trata-se de uma aposta. Seja pela busca de uma satisfação pessoal, revestida da ideia de riqueza, de melhoria da condição econômica da família ou de destacar-se no mercado; seja por uma visão utilitarista de contribuir para o bem comum.

Independentemente do motivo da escolha, que espera lhe trazer felicidade – sobre a qual discutirei em outro momento – e uma vida que sustente um sentido de ser, arrisca-se. Essa mesma aposta também é feita por parte dos agentes educacionais e de demais atuantes, que acreditam na Educação como meio para o avanço social. Um ideal moderno e, assim, seguimos.

Muitos são os fatores que influenciariam a escolha, sejam aspectos de ordem subjetiva ou social, se assim pudéssemos fazer fronteira entre aquilo que pertence ao indivíduo e ao coletivo.

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Nisso, o jovem lida com os anseios parentais, que servem de calçamento para a caminhada do filho à vida adulta, e que, no extremo, em algumas circunstâncias, podem ser vivenciadas pelo adolescente como imperativos. Por outra via, ao contrário, há a ausência de apoio emocional e financeiro por parte da família. 

Em âmbito social, há a perpetuação imaginária das carreiras mais almejadas, consideradas valorosas, sendo a Medicina, a Engenharia e o Direito, por exemplo. Contudo, existem muitos outros caminhos profissionais tão interessantes, importantes e bem remunerados quanto os anteriores.

Em extensão, no campo da aprendizagem, embora sob revisão metodológica multidisciplinar, aprendemos o conhecimento de forma especializada, entre as Ciências Exatas, as Ciências Humanas e as Ciências Biomédicas, a partir das quais as carreiras são escolhidas.

Mas não se engane, pois, caso escolha carreiras como Psicologia ou Biologia, não se verá livre da Matemática. Há conhecimentos basais para muitas atuações. 

Além das variáveis que nos parecem externas, ainda há que se refletir como isso repercutirá em você, pois a decisão será sua. Mesmo que, aparentemente, não haja uma escolha e que se deva aproveitar o que a vida oferece, você terá que lidar com seus efeitos da mesma forma.

E aí, então, faço a pergunta sartreana: O que você fará com o que fizeram de você? Mas, não se atribule também além do necessário, pois quem sofre por antecipação, sofre mais do que o necessário, já nos ensinou Sêneca. Se você perceber que a escolha foi inadequada, poderá alterá-la mais adiante.

Portanto, pondere tais elementos e siga conforme sua razão ou intuição (como preferir denominar) ditar. Se, porventura, sentir-se muito inseguro de si e sobre essa decisão que a vida lhe convoca a fazer, busque referências que possam auxiliar nesse processo. Proponho, assim, alguns caminhos: 

  1. Defina possíveis carreiras de interesse e elenque as dúvidas: considere qual a formação acadêmica esperada, quais os conhecimentos e experiências terá de adquirir para exercer essa profissão. Além disso, quais habilidades de comportamento serão demandadas e a que tipos de situações e desafios você será exposto.
    Qual o potencial de remuneração e quais ramificações de atuação existem nas áreas de interesse. Com isso, adentre na realidade profissional, por meio das pesquisas e contato direto com o mercado.
  2. Pesquise em fontes confiáveis: sejam jornalísticas, acadêmicas, entre outras que abordem essa pauta. A partir disso, construa massa crítica no assunto, registre os pontos positivos e negativos que ajudarão a balizar sua escolha.
  3. Faça o relacionamento com os professores de sua escola: eles poderão auxiliá-lo nessa empreitada. Eles têm experiência e conhecimento para ajudar. Contudo, a iniciativa partirá de você e, com efeito, alguém poderá direcioná-lo a algum profissional de mercado ou algum especialista no assunto.
  4. Entreviste profissionais de mercado: vá preparado com todas as dúvidas em mãos e investigue sobre os aspectos satisfatórios ou não da carreira.
  5. Visite faculdades de interesse: conheça o espaço, o programa do curso, o custo e os diferenciais e benefícios da instituição.
  6. Dialogue com a família: se tiver abertura para conversar com a família, espero que o faça. Converse com algum membro da família em que confie e que pode orientá-lo e dar força para tomar decisão.
  7. Busque autoconhecimento: há profissionais que podem ajudar na identificação de habilidades e afinidades com as carreiras. Se tiver condições para tanto, procure orientação vocacional com psicólogo especializado. 

Aposte, prossiga e persevere. Só vai!  

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Ana Carolina P. Carvalho

Mestra em Administração de Empresas pela FUCAPE Business School. Pós-Graduada em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas. Psicóloga e psicanalista. Atualmente é Gerente de Desenvolvimento Humano da Faculdade FUCAPE, atuando nas frentes de carreiras, gestão de pessoas, saúde mental e desenvolvimento do ensino multidisciplinar.