Redação: persistência e esforço na construção do redator
Platão afirmou que o aprendizado é um processo de reminiscência, ou seja, uma forma de recordar e reorganizar conhecimentos que já residem em nossa memória.
Essa ideia nos ensina que aprender não é um ato mágico, mas um esforço contínuo de compreender, reter e aplicar informações. No caso da redação, isso significa prática regular e persistente.
Considere o provérbio “nada alcançamos sem esforço”. Ele reflete diretamente a rotina de quem deseja se destacar em redação.
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Um candidato que escreve apenas meia dúzia de textos por ano dificilmente conseguirá bom desempenho em exames importantes. Escrever é uma habilidade, e toda habilidade exige treino.
Imagine dedicar uma hora e meia por semana para redigir uma redação. Ao final de um ano, serão mais de cinquenta textos. Essa constância, somada à orientação de um bom professor de Língua Portuguesa, resulta em progresso perceptível: melhora na argumentação, coesão textual e domínio das normas da língua.
Embora essa rotina possa parecer cansativa, ela é eficaz. Em anos de acompanhamento de estudantes, observei que a prática regular não apenas aprimora os textos, mas também transforma a relação dos alunos com a escrita.
Eles aprendem a estruturar melhor seus argumentos, respeitar as exigências da norma-padrão e expressar ideias com clareza.
O ritmo de evolução varia: quem já tinha o hábito de escrever pode avançar mais rapidamente, enquanto outros, sem base prévia, levam mais tempo — e tudo bem.
Por vezes, acreditamos que pessoas que escrevem bem possuem um talento inato. Isso pode ser verdade na literatura, mas, na maioria dos casos, o destaque é resultado de dedicação. Memória, lógica e criatividade podem variar de indivíduo para indivíduo, mas esforço e persistência fazem toda a diferença.
A constância é a chave para o progresso. Não se iluda com a ideia de perfeição — ela é inalcançável. Até mesmo professores de Português cometem erros.
A diferença está em como lidamos com nossas falhas: identificar problemas gramaticais, melhorar argumentos frágeis e explorar novos estilos faz parte do processo. Mas lembre-se: é impossível corrigir o que não foi escrito. Portanto, o primeiro passo é simples: escreva sem medo.
A leitura também é essencial. Ler amplia vocabulário, refina a argumentação e apresenta estruturas textuais que podem ser incorporadas à sua escrita.
Leia de tudo: artigos, ensaios, literatura, notícias. Quanto maior a exposição a diferentes textos, mais ferramentas você terá para criar os seus.
Lembre-se também de respeitar seu ritmo. Se você puder produzir duas redações por semana, excelente. Se só conseguir fazer uma, tudo bem.
O importante é manter a regularidade. Um redator não se forma da noite para o dia, mas sim no compasso das horas dedicadas ao ofício.
Por fim, acredite no seu progresso. Embora o acesso às oportunidades possa ser desigual, a escrita não é um privilégio exclusivo — é uma habilidade que pode ser desenvolvida por todos que se dedicam. Cada esforço o aproxima de resultados mais sólidos e consistentes.
Persista: leia, escreva, revise e reescreva. Assim como Platão acreditava que aprender é relembrar, você também pode transformar sua prática em conquistas duradouras.