Aprendendo a aprender: técnicas simples para potencializar seu estudo

Primeiro de uma série de três artigos baseados no livro “Aprendendo a Aprender: “Aprendendo a Aprender: Como Ter Sucesso em Matemática, Ciências e Qualquer Outra Matéria”, de Barbara Oakley.

Você já se perguntou por que algumas pessoas parecem aprender com mais facilidade do que outras? Ou por que alguns assuntos, como matemática ou ciências, parecem ser mais desafiadores? No livro “Aprendendo a Aprender”, a autora, Barbara Oakley, explora como podemos melhorar nossa forma de aprender ao aplicar técnicas baseadas na neurociência. 

Este é o primeiro de uma série de três artigos onde vamos explorar estratégias comprovadas pela neurociência que podem revolucionar seu aprendizado, fornecendo estratégias práticas que você pode começar a usar hoje. 

Neste primeiro artigo, falaremos sobre as bases do aprendizado eficaz e apresentaremos técnicas simples para melhorar sua retenção e produtividade.

O que é Aprendizado Eficaz?

Aprender não é apenas absorver informações, mas saber como utilizá-las e aplicá-las no momento certo. Um dos conceitos centrais é que o cérebro trabalha em dois modos: o focado e o difuso.

• Modo focado: é o estado de concentração profunda, onde nos dedicamos a resolver problemas ou a entender um conceito.
• Modo difuso: este é o estado mais relaxado, em que a mente processa as informações de forma mais ampla, permitindo a criação de conexões entre diferentes ideias.

A chave para um aprendizado eficaz é alternar entre esses dois modos. Quando você se concentra intensamente em um problema e depois relaxa, seu cérebro continua a trabalhar nos bastidores. Essa alternância permite que as informações sejam consolidadas de maneira mais duradoura.

Técnicas de aprendizado baseadas na Neurociência

Agora vamos explorar algumas técnicas baseadas na neurociência para melhorar sua retenção e compreensão.

1- Pomodoro: produtividade em blocos de tempo

O método Pomodoro é simples e eficaz: você se concentra em uma tarefa por 25 minutos (um “pomodoro”) e, depois, faz uma pausa curta de 5 minutos. Após quatro ciclos, uma pausa mais longa de 15 a 30 minutos é recomendada.

Por que funciona: esses pequenos intervalos ajudam o cérebro a descansar e ativam o modo difuso, permitindo que as ideias se organizem melhor.

Dica prática: use um cronômetro e se comprometa a não se distrair durante o período de foco.

2- Prática Espaçada: a chave para a memória de longo prazo

Ao invés de estudar intensivamente em uma única sessão, divida o aprendizado ao longo do tempo. A prática espaçada aproveita o fenômeno de que o cérebro esquece mais rapidamente o que é aprendido de uma só vez, mas retém melhor quando revisado em intervalos.

Por que funciona: cada vez que você revisita o material, fortalece as conexões neurais associadas àquela informação.

Dica prática: agende revisões periódicas de conteúdos importantes, aumentando gradualmente o tempo entre uma revisão e outra.

3- Metáforas e Analogias: facilitando a compreensão

Muitas vezes, conceitos difíceis podem ser melhor entendidos se comparados a algo que já conhecemos. Metáforas e analogias são ferramentas poderosas para tornar abstrato o concreto.

Por que funciona: O cérebro associa novos conceitos a memórias existentes, criando redes de significado que facilitam a retenção.

Dica prática: Ao estudar algo novo, pergunte-se: “Com o que isso se parece na minha experiência?”

4- Aprendizado Ativo: ensinar é a melhor forma de aprender

Estudos mostram que apenas reler materiais ou assistir a vídeos passivamente não é a forma mais eficiente de aprender. O aprendizado ativo, que envolve explicar a matéria para si ou para outros, é muito mais eficaz.

Por que funciona: o ato de ensinar força o cérebro a organizar e consolidar o conhecimento de forma estruturada.

Dica prática: após estudar um conceito, tente explicá-lo com suas próprias palavras ou faça anotações detalhadas, como se estivesse ensinando alguém. Você pode imaginar estar ensinando uma pessoa próxima, como um irmão, ou amigo.

Esse artigo é primeira parte de uma série de três artigos que vão explorar como aprender de forma mais eficiente. Fiquem atentos para o próximo, onde discutiremos como superar as barreiras que muitas vezes nos impedem de avançar nos estudos!