A obra “Por Que as Nações Fracassam” foi publicada originalmente em 2012 por Daron Acemoglu e James A. Robinson, dois pesquisadores nos campos da Economia e das Ciências Políticas. Acemoglu é professor no Massachusetts Institute of Technology (MIT), enquanto Robinson leciona na Universidade de Chicago.
Em sua pesquisa, os autores exploram as causas da riqueza e da pobreza das nações ao longo da história, especialmente o impacto que as instituições políticas e econômicas possuem no sucesso ou fracasso das nações.
Os autores argumentam que o desenvolvimento econômico depende essencialmente da qualidade das instituições de um país. Acemoglu e Robinson diferenciam as instituições “inclusivas” das “extrativas”.
Instituições inclusivas seriam aquelas capazes de promover a participação ampla da população no processo econômico e político, além de garantir direitos de propriedade e incentivar o desenvolvimento. Já as instituições extrativas são aquelas que concentram o poder e a riqueza em um pequeno grupo, o que origina desigualdade e desincentiva o progresso.
Particularmente, encontrei no livro uma fundamentação embasada para alguns pensamentos que já possuía sobre a importância da liberdade individual, do livre mercado e da limitação do poder estatal.
A análise detalhada e baseada em dados históricos promovida pelos autores confirma a visão de que a prosperidade surge onde os indivíduos são livres para competir em um mercado aberto, e onde o governo tem uma função limitada e bem definida.
Os autores traçam uma linha histórica para explicar como diferentes nações desenvolveram suas instituições ao longo do tempo. Um exemplo interessante trazido é a comparação entre a América do Norte e a América Latina.
Enquanto os Estados Unidos desenvolveram instituições inclusivas que fomentaram o crescimento econômico, países latino-americanos ficaram presos em sistemas extrativos que perpetuaram a desigualdade e a estagnação.
Essa análise histórica reafirma a importância de limitar o poder do governo e promover a igualdade de oportunidades. As instituições inclusivas, que garantem a liberdade econômica e política, são fundamentais para o desenvolvimento a longo prazo de uma nação.
Acemoglu e Robinson também discutem como a prosperidade pode se espalhar de uma nação para outra. Eles destacam casos onde reformas institucionais ajudaram a transformar economias. Um exemplo é a Coreia do Sul, que passou de um país pobre e devastado pela guerra para uma das economias mais avançadas do mundo.
Esses dados reforçam a importância de reformas institucionais para qualquer nação que deseje prosperar, o que, por sua vez, evidencia a necessidade de promoção da liberdade de trocas entre indivíduos, da proteção de direitos de propriedade e de um governo limitado.
Os autores ainda examinam casos contemporâneos, como a Venezuela e o Zimbábue. Em ambos os países, instituições extrativas levaram à concentração de poder e riqueza, resultando em economias disfuncionais e populações empobrecidas.
Essa análise oferece uma validação da importância de limitar o poder estatal e evitar a concentração de poder. A descentralização é o caminho. A liberdade econômica e a descentralização do poder são cruciais para evitar que os cenários socioeconômicos experimentados pela Venezuela e o Zimbábue contaminem outros países.
“Por Que as Nações Fracassam” é uma obra que oferece ao leitor uma análise detalhada e fundamentada das causas da prosperidade e do fracasso das nações.
Para aqueles que, como eu, já valorizam os princípios da liberdade individual, do livre mercado e da limitação do poder estatal, o livro fornece uma base teórica e empírica robusta que valida essas crenças. Esse embasamento empírico é importante no convencimento de outros indivíduos acerca dos benefícios que a concessão de mais liberdade possui, especialmente quando comparada com iniciativas que defendem a planificação da economia.
Por meio de exemplos históricos e contemporâneos, os autores demonstram que as instituições inclusivas são a chave para o desenvolvimento econômico e que a liberdade é essencial para a prosperidade. A obra é uma defesa de um modelo de organização social mais livre.