Uma janela para a vida selvagem: Imagens capturadas por armadilha fotográfica revela a diversidade da Mata Atlântica. Animais na trilha do Parque Estadual do Forno Grande. Foto: Leonardo Merçon | Instituto Últimos Refúgios
A densa, misteriosa e ameaçada Mata Atlântica revela-se como um palco, onde a vida selvagem se desenrola em suas formas mais belas. Nessa jornada, eu, um fotógrafo de natureza apaixonado pelas florestas, juntei forças com o amigo Joarley Rodrigues para desvendar os segredos desse reino selvagem, por meio de um equipamento feito por nós mesmos. Uma armadilha fotográfica de alta resolução.
Estávamos produzindo imagens para o livro “Últimos Refúgios: Da Pedra Azul ao Forno Grande” e a missão era fotografar as belezas da região, nesse mais novo projeto do Instituto Últimos Refúgios. O destaque dessa narrativa é a majestosa onça-parda, uma das espécies que reina nessa floresta fascinante.
E para imortalizar esses momentos únicos, contamos com a ajuda de nossa “Parafernália Fotográfica Noturna” (PFN), uma câmera de alta resolução acionada por sensor de movimento, que se transforma em um verdadeiro estúdio fotográfico nas sombras da floresta.
Montagem artística
Portanto, a imagem que ilustra esta matéria pode parecer uma única cena, mas, na realidade, são um mosaico de diferentes momentos capturados em dias distintos. Essa montagem permite que possamos comparar o tamanho real de cada animal que foi fotografado, nos aproximando da realidade selvagem de forma mais profunda.
Assim, foi no Parque Estadual de Forno Grande que finalmente conseguimos uma fotografia de alta resolução de uma onça-parda selvagem no Espírito Santo.
Já estávamos há alguns anos tentando produzir essa imagem, mas existe uma grande dificuldade de se registrar, com qualidade, esse animal na Mata Atlântica. Por aqui, elas já aprenderam que os seres humanos são um perigo, e quando alguma delas se aproxima demais de nós, o desfecho quase sempre é trágico para elas. Ao lado dela, outros personagens exibem sua beleza: o cachorro-do-mato, o mão-pelada e o casal de saracuras.
Equipamento especial
Nossa armadilha fotográfica é uma aliada confiável nessa jornada. Idealizada em 2011 para fotografar a jaguatirica do Instituto Terra para o Sebastião Salgado, e aprimorada ao longo dos anos, essa câmera é o instrumento que nos permite capturar a essência da vida selvagem em seu habitat natural, e em alta resolução. Estrategicamente camuflada entre a folhagem, ela se funde com a natureza, aguardando pacientemente o menor sinal de movimento para disparar.
Enquanto fotógrafos de natureza, temos uma missão ainda mais nobre do que apenas eternizar momentos preciosos. A proteção desses animais e de seu habitat é uma prioridade em nosso trabalho. Cada fotografia é uma pequena peça no quebra-cabeça da conservação. É também importante ressaltar que cada clique é fruto de respeito e ética.
Convite
Convido você, leitor, a fazer parte dessa jornada, a se conectar com essa biodiversidade maravilhosa que temos no Brasil.
Raros locais no mundo são privilegiados de possuírem o que temos por aqui. Aproveite também para conhecer mais sobre o nosso trabalho e como a fotografia pode ser uma poderosa ferramenta para a conservação ambiental. Visite nosso site, participe das nossas iniciativas e apoie essa causa tão importante.
Este é um convite para encantar-se com o espetáculo da vida selvagem. Seja bem-vindo a essa aventura apaixonante e inspiradora!
