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Saúde em Fórum

por Dra. Alice Sarcinelli

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Futuros profissionais da área da saúde no Brasil e no Espírito Santo ampliam visão do mercado

Publicado em .

Dados da Revista Brasileira de Educação Médica, apontam que 28,3% dos médicos do país atuam exclusivamente no setor privado, com 50,2% atuando tanto no setor público como no privado. Diante disso, fica claro que, para capacitar os profissionais médicos em toda sua amplitude de atuação no mercado de trabalho, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) precisam ter uma visão mais holística e incorporar conhecimentos que favoreçam essa abordagem, tais como profissionalismo, empreendedorismo e marketing.

 

Aprender a empreender

Demandas do mercado de trabalho

Aprender a identificar oportunidades de negócio, desenvolver ideias inovadoras e criar um novo empreendimento é fundamental, especialmente para profissionais liberais. Entretanto, a grande maioria dos cursos de graduação na área da saúde, não prioriza o ensino de habilidades empreendedoras, centrando currículos em qualificações técnicas que sim, são fundamentais, porém em um mercado cada vez mais competitivo, não bastam. Uma pesquisa publicada pela Revista Brasileira de Enfermagem em 2022, visando identificar a tendência empreendedora de estudantes de graduação em Enfermagem de uma universidade pública, mostrou o que já era esperado diante dos currículos em vigência no país, os estudantes apresentaram baixa tendência empreendedora, o que indica necessidade de uma abordagem mais ampla do tema na formação em graduação. O ensaio da Revista Brasileira de Educação Médica em 2023, destaca a existência de uma lacuna nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Ministério da Educação no que diz respeito a tópicos que cresceram exponencialmente nos últimos anos, evidenciados pela pandemia da Covid-19 como: telemedicina, direito médico, marketing médico e empreendedorismo. Segundo os autores, um dos pilares abordados pelas DCN que é a gestão em saúde na prática é subestimado durante a formação, o que repercute no futuro com a escassez de gestores qualificados em saúde, tanto pública quanto privada. Os autores ressaltam que 28,3% dos médicos do país atuam exclusivamente no setor privado, com 50,2% atuando tanto no setor público como no privado. Segundo  eles, a capacitação desses profissionais médicos ganham uma amplitude de atuação no mercado de trabalho e faz com que as DCN precisem ter uma visão mais holística, além de incorporar conhecimentos que favoreçam essa abordagem, tais como profissionalismo, empreendedorismo e marketing. O referido ensaio mostra ainda que, atualmente, os alunos de Medicina estão confusos sobre o tema, desconhecendo alguns dos conceitos mais básicos. Nesse sentido, segundo o estudo, há uma pobreza na literatura sobre o tema, o que dificulta a difusão de conhecimento e a construção de projetos pedagógicos assertivos. Vale frisar que o sistema privado de saúde atua de forma complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS), apesar da justificada prioridade de inserção do estudante no SUS na formação médica atual. Nesse sentido, o fortalecimento de um não vem, necessariamente, em detrimento do outro. Para contextualizar, o ensaio cita que o consultório particular pode fazer parte do sistema único, por exemplo, quando um médico solicita na unidade básica de saúde um ultrassom para diferenciar um sopro cardíaco em um recém-nascido, o que pode ser feito em uma unidade privada de saúde, conveniada ao SUS. É para esse caminho que tem apontado o curso de Medicina da Multivix. Segundo o coordenador do curso, Pedro Figueiredo, preparar os alunos para um ambiente profissional em constante mudança é extremamente necessário nos dias atuais. "No currículo médico da Multivix, desenvolvemos todas as competências técnicas específicas da área médica, mas também desenvolvemos habilidades relacionadas ao empreendedorismo, como criatividade e a capacidade de resolver problemas com soluções inovadoras, identificando oportunidades", garante Figueiredo. O coordenador explica ainda que os alunos do curso de Medicina da Multivix são preparados desde o primeiro ao oitavo períodos do curso no eixo de gestão de projetos em saúde, para que através de atividades extensionistas eles possam identificar dores da comunidade na qual eles estão inseridos e desenvolver e apresentar projetos que tragam proposta de valor para essa comunidade. "Para o desenvolvimento destes projetos, os estudantes são treinados através do uso de metodologias inovadoras e altamente efetivas, como design thinking, em que um grupo de alunos precisa vivenciar na prática as dores de uma determinada comunidade ou grupo de pessoas e produzir, através de uma ferramenta como Canvas, todo um planejamento e, posteriormente, a execução do projeto de intervenção nessa comunidade com o objetivo de agregar valor para as pessoas envolvidas", afirma. O empreendedorismo nas faculdades vai além da criação de novos negócios. Ele oferece aos estudantes a oportunidade de desenvolver habilidades como resolução de problemas, pensamento crítico, criatividade, comunicação eficaz e liderança. Essas competências são essenciais, independentemente da carreira escolhida. Ao introduzir conceitos empreendedores ainda na faculdade, as instituições não apenas capacitam os alunos a gerar ideias inovadoras, mas também os equipam com habilidades para um bom desempenho no ambiente profissional. Em suma, trata-se de uma oportunidade para capacitar os alunos a serem agentes de mudança, preparando-os para um mundo em evolução e estimulando o desenvolvimento de uma sociedade mais inovadora. Ao cultivar habilidades empreendedoras como criatividade, resolução de problemas e pensamento crítico, os jovens aprendem a ser mais independentes, inovadores e aptos a identificar oportunidades. Isso não apenas capacita a criar seus próprios negócios, mas também prepara para enfrentar desafios, contribuir de forma significativa para a sociedade e adaptar-se às demandas futuras do mercado de trabalho.