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Saúde em Fórum

por Dra. Alice Sarcinelli

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Como se dá a incorporação de novos medicamentos e tecnologias no SUS? Você sabe?

O médico Alberto Büge Stein, cirurgião do aparelho digestivo, pós-graduando em “Surgical Leadership”, pela Harvard Medical School, nos Estados Unidos, conversou com a coluna sobre a incorporação de novos medicamentos e tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS). Confira!
No mês de setembro, a Comissão Nacional de Incorporação de Novas tecnologias no Sistema Único de Saúde a (CONITEC) recomendou a incorporação do novo medicamento betadinutuximabe ao tratamento do neuroblastoma de alto risco, um tumor cerebral muito frequente em crianças, ocupando o 3° lugar na população infantil.
Segundo o fabricante, ele melhora a sobrevida, aumenta a probabilidade de cura e reduz o risco de a doença voltar. Entretanto, o custo do medicamento chega aos 2 milhões de reais.
A incorporação de novos medicamentos ou novas tecnologias como cirurgias robóticas ou a recente aprovada ablação para tumores do fígado, passa por uma comissão especializada, a CONITEC, um órgão do Ministério da Saúde.
Nessa comissão são discutidos os aspectos técnicos: qual o benefício do novo tratamento? Os testes de eficácia e segurança foram realizados da forma correta? Há tratamento equivalente no SUS mais barato? Além da avaliação da viabilidade econômica da incorporação do novo tratamento aos cofres públicos, o que chamamos de custo-efetividade.
Após a aprovação, o SUS fica obrigado a fornecer a nova tecnologia à população. O grande desafio do nosso País é como incorporar as novas tecnologias à população, gerenciando os custos globais em saúde que aumentam a cada dia. Para se ter uma comparação, o orçamento para Saúde em Vitória-Espírito Santo para 2024 está estimado em 483 milhões de reais, sendo uma dose do novo medicamento dois milhões.
A evolução da Medicina é inquestionável com claros benefícios à população. Entretanto, os recursos são finitos. Equilibrar essas forças é o grande desafio desse momento.