A presença das mulheres na política brasileira é um tema que desperta cada vez mais atenção e discussão na sociedade. Nas últimas décadas, houve avanços notáveis, em 2020, houve um recorde de candidaturas femininas, refletindo o desejo crescente de as mulheres se envolverem na política, mas também desafios persistentes continuam a assombrar o cenário político para as mulheres no Brasil.
Ainda estamos longe de uma representação igualitária. A lonjura da paridade persiste em muitos níveis do governo, especialmente no Congresso Nacional.
Em 2022 “comemorou-se” o aumento do quantitativo de mulheres nas cadeiras da Câmara dos Deputados para 17,7%, no entanto, ainda assim a presença de mulheres no Congresso Brasileiro é inferior à média mundial, de acordo com os resultados divulgados pela União Inter-Parlamentar (UIP), ou seja, apesar do recorde histórico da representatividade de gênero na política, ainda seguimos aquém à realidade de muitos países.
A alíquota brasileira nesse sentido está próxima aos índices que existiam na Europa há quase 30 anos, realidade penosa, de fato, carece atenção. Atingir igualdade deve se tornar pauta prioritária para além da teoria.
O Brasil tem implementado alterações legislativas para promover a participação feminina na política. A Lei das Cotas de Gênero, por exemplo, enlaça que 30% das candidaturas de cada partido devem ser destinadas as mulheres. Embora tenha sido um passo importante, ainda há debates e extremos desafios sobre como tornar essas cotas mais eficazes, afinal de contas: basta breve observação para constatar que o que se reserva as mulheres no meio político é tão somente em cumprimento da Lei, isso quando existe cumprimento.
As perspectivas políticas das mulheres lastimavelmente são prejudicadas, também, por barreiras sociais, institucionais, econômicas e culturais fundamentadas no gênero.
Neste ano contabiliza-se 91 anos do voto feminino no Brasil, árdua conquista advinda de extremo esforço de muitas mulheres e, depois de quase 1 século, dos Parlamentos de 193 países, o Brasil surge em 131º posição no diz respeito representatividade das mulheres, conforme ranking da União Inter-Parlamentar(UIP), em toda América Latina o Brasil está apenas à frente de Belize e Haiti.
Na Nicarágua, por exemplo, onde a adesão feminina foi legislada em 1955, 61% da lacuna de empoderamento político foi fechada. Por consequência, o país ficou na 5ª posição entre os 155 no último ranking global.
Dados têm que ser expostos e bastante informação propagada, a equidade de gênero na política é importante não somente para as mulheres, possui também implicações econômicas e sociais. Uma maior representatividade feminina está relacionada a maior estabilidade e inclusão econômica, melhores resultados democráticos e níveis mais elevados de prosperidade e paz.
Leizielle Marçal Dionizio, apaixonada por Jesus e feminista, não femista. Servidora Pública há 15 anos, Gestora de Unidades Prisionais no Estado há mais de uma década. Empresária, com marca voltada para mulheres e protagonismo delas, com âmbito social. Graduanda em Gestão Publica, Psicologia e pós-graduanda em Liderança e Gestão de Equipes, possui certificação da Universidade de Harvard em Resposta Humanitária a Conflitos Atuais, além de outros correlatos.