Você pratica a sororidade?

Com certeza você já escutou muitas vezes a palavra Sororidade, não é mesmo?

Mas, você sabe o que ela significa e representa para nós mulheres?

Definição:

A palavra sororidade vem do latim sóror, cujo significado é irmãs. O feminismo usa a palavra para trazer a ideia de irmandade entre as mulheres, independente de etnia, classe social, religiões etc. O uso do termo pela primeira vez é atribuído a escritora Kate Millett. A feminista propôs a palavra em 1970 para construir uma ideia de luta conjunta entre as mulheres. Relativamente recente na língua portuguesa, o termo é como uma versão feminina da palavra fraternidade.

Então vamos por partes: Sororidade é a união e a aliança entre mulheres, baseadas na empatia e no companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum. É um conceito fortemente presente no feminismo, sendo definido como um aspecto de dimensão ética, política e prática desse movimento de igualdade entre os gêneros.

É sobre comportamento, sobre o não julgamento de nós mulheres, para com outras e, ainda, ouvir com respeito suas reivindicações.

Muitas vezes, o termo sororidade é erroneamente interpretado como se, tivéssemos a obrigação, de gostarmos de todas as outras mulheres. Mas esse não é o ponto chave da palavra. Afinal, de fato não somos obrigadas a gostar de todas as pessoas, no entanto, temos que ter empatia e fazer o exercício de cada dia que é nos colocarmos no lugar umas das outras, respeitando seus respectivos contextos.

Portanto, sororidade é um movimento importante pois é preciso desconstruir a rivalidade que nos foi ensinada a termos umas com as outras e nos pautarem  um sentimento de união.

Já parou para pensar que muitas mulheres  estão constantemente competindo umas com as outras? Esse comportamento trouxe diversos efeitos para a sociabilidade das mulheres, tais como: desmerecimento de seus trabalhos, julgamento umas das outras por características físicas, busca por validação masculina, entre outros.

Tenho certeza de que você já ouviu e até já falou a frase: “Não dá para confiar em mulheres” ou “Mulher se arruma para outra mulher”.

Frases como essas produziram nas nossas mentes, uma “autossabotagem”, fazendo com que não nos reconheçamos umas nas outras e mantenhamos essa competição constante.

Por isso a sororidade veio para nos mostrar o quanto é importante percebermos esse comportamento e, coletivamente, eliminarmos esse padrão que foi desenvolvido.

Além disso, a mulher, quando sozinha, ainda encontra-se em uma posição na sociedade em que possui grande dificuldade de ser ouvida, fazendo com que suas reivindicações e denúncias nem sempre sejam validadas. O ato de união e solidariedade umas com as outras trará mais força, possibilitando uma transformação das estruturas sociais.

Como aplicar a sororidade na prática?

Dessa forma, algumas práticas simples e cotidianas podem fortalecer essa relação de união entre as mulheres.

  • Compartilhar informações e ensinamentos umas com as outras, contribuindo para um crescimento mútuo;
  • Respeitar e tratar outras mulheres como gostaria de ser tratada, independente do contexto;
  • Criar um ambiente seguro para trocas de experiências e desabafos;
  • Encorajar e indicar oportunidades para outras mulheres;
  • Oferecer ajuda para mulheres que encontram-se sobrecarregadas;
  • Não julgar uma mulher que toma atitudes diferentes das suas (forma de se vestir, jeito de levar a vida, planos para carreira e vida pessoal, etc)
  • Não xingar mulheres pelo simples fato de serem mulheres

Izabel Mendonça é jornalista, autora dos livros: “Lisboa com Afeto”e “Encontro e outros contos” e comanda o podcast Se Liga Mulher na Jovem Pam News

@seliigamulher