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Voz da inclusão

por Feapaes-ES

Mulher cadeirante acessando internet

Acessibilidade

Acessibilidade piora na internet brasileira

Sites de streaming tiveram melhor desempenho

A internet brasileira registrou crescimento no último ano, mas a acessibilidade digital piorou, de acordo com a Pesquisa Acessibilidade Digital 2024, conduzida pela BigDataCorp em parceria com o Movimento Web para Todos (WPT). O estudo revelou que o Brasil possui 26,3 milhões de websites ativos, um aumento de 11% em comparação a 2023. No entanto, apenas 2,9% desses sites foram considerados acessíveis em testes de usabilidade para pessoas com deficiência, um decréscimo em relação aos 3,3% registrados no ano anterior. Em 2022, somente 0,5% dos sites eram acessíveis.

Este é o quinto ano da pesquisa, que utiliza uma metodologia específica. Os pesquisadores apontam que o aumento no número de websites ativos, especialmente os pequenos que não consideram a acessibilidade, além da maior complexidade das páginas, são fatores que contribuíram para a piora na acessibilidade digital.

A categoria de streaming apresentou o melhor desempenho, com um aumento de mais de nove pontos percentuais em todos os testes. Formulários, links e a descrição de imagens também tiveram melhorias, com esta última crescendo 42,8% devido à oferta de ferramentas de geração automática em plataformas, websites e redes sociais, facilitando o acesso para pessoas com deficiência visual. Segundo a pesquisa, apenas 10% dos websites governamentais passaram em todos os testes de acessibilidade, um resultado inferior ao do ano passado, quando 2,3% não apresentaram falhas.

Acessibilidade digital

Embora a responsabilidade social seja uma prioridade para 79% das empresas, a acessibilidade digital ainda é desconhecida por mais da metade delas, conforme aponta o Panorama da Acessibilidade Digital da Hand Talk, uma startup que utiliza inteligência artificial para tornar a internet mais acessível para pessoas com deficiência.


No Brasil, há mais de 17 milhões de pessoas com deficiência, representando quase 8% da população. No entanto, apenas 21% dessas pessoas acreditam que os sites e aplicativos atendem suas necessidades de navegação e inclusão. Entre as pessoas com deficiência visual, quase metade acredita que os sites não são inclusivos. Necessidades comuns incluem tradução para Libras, layouts adaptados e atendimento online contínuo.

A pesquisa também informa que 61% das empresas não oferecem cursos sobre iniciativas de acessibilidade digital para pessoas com deficiência e que apenas 42% possuem um profissional especialista em diversidade e inclusão. Isso explica por que apenas 65% das empresas cumprem as exigências da Lei Brasileira de Inclusão.
Apesar do aumento na discussão sobre diversidade nos últimos anos, as políticas de inclusão ainda não são uma realidade para todas as empresas: 30% das companhias afirmam se preocupar com a inclusão dos funcionários, e menos de um quinto se dedicam a isso no atendimento aos consumidores.