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Voz da inclusão

por Feapaes-ES

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Estudo

Estudo mostra que redes sociais podem ter efeito positivo para familiares de crianças com TEA

As redes sociais se tornam redes de apoio

Vemos frequentemente exemplos de mau uso das redes sociais, espalhando desinformação - inclusive, sobre autismo. Hoje, vamos ressaltar um resultado positivo do uso das redes, de troca de informações e rede de apoio.

 

Um estudo conduzido pelo professor e pesquisador Leandro Cearenço Lima, doutorando no Programa de Pós-graduação em Gestão e Organização do Conhecimento da Escola de Ciência da Informação (ECI) da UFMG, investigou o uso do Facebook por familiares de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) para buscar e compartilhar informações sobre o distúrbio. O pesquisador, que também é pai de uma criança autista, analisou como a rede social funciona como um espaço de troca de experiências e aprendizado entre esses familiares.

 

A pesquisa identificou a carência de informações sobre como lidar com o TEA, conceito definido no estudo como "gap informacional". Segundo o levantamento, esse desafio pode ser superado quando os familiares utilizam o Facebook para compartilhar experiências e boas práticas. O pesquisador entrevistou administradoras e membros de grupos formados majoritariamente por mães de crianças autistas, além de coletar dados de postagens, reações e comentários de 2.488 mães participantes do grupo “Unidas pelo Autismo”.

 

O estudo incluiu testes empíricos em que o pesquisador observava o processo de busca de informações por uma participante aleatória do grupo. O acompanhamento ia desde as dúvidas iniciais até a aquisição de novos conhecimentos, que posteriormente eram compartilhados com outras mães. Entre os principais temas de interesse das participantes, destacaram-se a fala e o andar das crianças, o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), direitos e legislação, além de questões relacionadas à acessibilidade.

 

Lima pretende aplicar o modelo desenvolvido em outras redes sociais, como WhatsApp e Instagram, considerando a migração de parte dos usuários do Facebook para essas plataformas. A pesquisa foi orientada pelo professor Frederico Cesar Mafra Pereira, do Departamento de Tecnologia e Gestão da Informação, e contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que concedeu uma bolsa ao pesquisador.

 

O Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por alterações no neurodesenvolvimento, afetando a capacidade de comunicação, interação social e comportamento. Em 2021, o Brasil registrou 9,6 milhões de atendimentos ambulatoriais a pessoas com autismo, sendo 4,1 milhões referentes a crianças de até nove anos, de acordo com dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA).

 

É importante ressaltar que as informações buscadas por esses familiares (especialmente mães) são de questões do dia a dia, e não informações médicas. Para isso, é essencial que que a informação venha de uma fonte capacitada, uma pessoa da área da saúde.