instagram facebook twitter youtube whatsapp email linkedin Abrir

Voz da inclusão

por Feapaes-ES

Círculo representado grupo

Crédito: Freepik

Eleições

Candidato, repense a sua carreata

Crédito: Freepik

Inclusão e acessibilidade em todos momentos da eleição

Durante as campanhas eleitorais, as carreatas são uma estratégia tradicional para demonstrar apoio e atrair eleitores. Essas manifestações, caracterizadas por filas de veículos, buzinas, fogos de artifício e música alta, podem, no entanto, impactar grupos mais sensíveis a estímulos, como as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar do caráter festivo para muitos, as carreatas levantam questões sobre acessibilidade e inclusão no cenário político.

Pessoas com autismo tendem a ter sensibilidade sensorial aumentada, o que torna barulhos altos e ambientes com muita movimentação desconfortáveis ou incapacitantes. Em eventos como carreatas, os sons de buzinas e fogos de artifício podem desencadear crises de ansiedade e desconforto físico, limitando o direito de ir e vir de pessoas com autismo e seus familiares. Em áreas urbanas, onde as carreatas ocorrem com frequência, essas famílias muitas vezes precisam alterar suas rotinas, evitando sair de casa durante essas manifestações.

O impacto das carreatas sobre autistas traz à tona um debate sobre a inclusão nas campanhas eleitorais. No Brasil, cresce a conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência, incluindo autistas, e a necessidade de criar eventos mais acessíveis. Candidatos que desejam incluir essas pautas em suas campanhas podem reavaliar a realização de carreatas em áreas residenciais ou adotar formas alternativas de manifestação, com menos estímulos sensoriais. Algumas campanhas já adotam iniciativas inclusivas, como o "Selo Azul", que identifica eventos adaptados para autistas, com ambientes controlados e sem barulho excessivo.

Com o avanço das campanhas digitais, surgem novas possibilidades para alcançar eleitores sem a necessidade de eventos presenciais, que podem ser desconfortáveis para pessoas com TEA. Redes sociais e transmissões ao vivo são ferramentas que permitem uma comunicação mais acessível e menos invasiva. Além disso, políticas públicas voltadas para a inclusão de pessoas com autismo podem ganhar mais espaço nas campanhas, abordando temas como ambientes urbanos inclusivos e o acesso a terapias e diagnóstico precoce.

Embora as carreatas sigam sendo uma prática comum, é fundamental que candidatos e organizadores de campanhas considerem os impactos dessas manifestações em toda a população, especialmente nos grupos mais vulneráveis. Adaptar as formas de mobilização política para atender às necessidades de todos os cidadãos é um passo importante em direção a uma sociedade mais inclusiva e justa.