Copa 2022

Argentino do ES sonha com o título da Copa para quebrar tabu e ver o país viver dias melhores

Andres Cesar Pipet vive expectativa em assistir o título mundial da seleção pela primeira vez, relembra das decepções de mundiais passados e diz que confia em Messi

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Faltam pouco para o grande momento do mundo do futebol. Os olhos do planeta estarão todos voltados para a final da Copa do Mundo que acontece neste domingo (18), entre Argentina e França. A bola rola a partir das 12 horas, horário de Brasília, no Estádio Lusail, em Doha. Ambas as seleções buscam o tricampeonato.

Dentre os milhões de espectadores de olho nesta partida, com suas torcidas definidas ou não, a seleção argentina vai ter uma torcida especial de um argentino que vive no Espírito Santo. Mandando forças para o tri da Albiceleste, Andres Cesar Pipet vai estar de olho na partida que pode levar o título mundial para os hermanos após 36 anos.

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Natural de Quilmes, em Buenos Aires, ele mudou para o Espírito Santo quando ainda tinha 15 anos e vive hoje no bairro Oriente, em Cariacica. Embora em solo brasileiro, Andres segue acompanhando tudo sobre o país vizinho e se comunicando com familiares e amigos. 

“Sempre continuo conversando com todos e buscando entender como tudo está por lá. Vida social, política, dentre outras coisas”, contou.

Uma das coisas que o argentino segue acompanhando do país natal é o futebol. Torcedor do River Plate, Pipet sempre que pode tenta acompanhar os jogos do time e, claro, a seleção argentina, especialmente nas Copas do Mundo.

“A campanha da Argentina é ótima até aqui. A transformação do time e dos jogadores quanto ao que é espírito de equipe foi fantástico. A derrota na estreia (de virada para a Arábia Saudita) não foi amarga, foi necessária. Estávamos a mais de 30 partidas sem perder, com uma equipe coesa e unida. Veio o revés e assim, com um passo que antecede o salto, a Argentina se superou”, afirmou Andres.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O torcedor argentino também ressaltou o talento do grupo formado no atual ciclo pelo técnico Lionel Scaloni, que acabou com a seca de títulos oficiais da seleção em 2021, com a conquista da Copa América no Brasil, após 28 anos. Em especial, ele cita o goleiro Emiliano Martínez e o craque Messi.

“O Martínez (goleiro) é um dos pilares dessa nova transformação da seleção. Muito se dizia de Messi, meus tios inclusive estavam muito bravos com ele, mas eu estava confiante. Acreditava que ele seria, sim, o mais forte pilar desse time, como é agora e se tornou o Messi que todos os argentinos desejavam ver”, completou.

Tabu a ser quebrado

Embora lutando pelo mesmo terceiro título mundial que os franceses, atuais campeões mundiais, os argentinos têm um tabu de títulos mundiais para ser quebrado. Desde o ano de 1986, há 36 anos, a seleção albiceleste não conquista a taça do mundo, na época liderada por Maradona.

O título no México aconteceu um ano antes do nascimento de Andres Pipet, que não pôde sentir o gosto de assistir o país conquistar o título. Quatro anos depois, com apenas três anos, pouco se lembra também da decisão de 1990, quando os argentinos perderam o título para a Alemanha.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Mas contra a mesma seleção alemã, ele teve uma lembrança inesquecível, apesar da nova derrota na final de 2014, no Brasil.

“Eu assisti ao lado de meu pai. Essa foi mágica para mim, pois por conta do trabalho, meu pai não conviveu muito comigo em meus 35 anos de vida”, relembrou Andres, que contou sobre a expectativa de estar vivendo mais uma final.

“Coração está apertado, mas em alegria plena para amanhã. Não tem como não desejar ver a nossa seleção campeã. Todos estão lutando, os medalhões dando mais que o esperado, a nova geração encantada com tudo o que pode vir e será com a Argentina tricampeã”, acrescentou.

Situação no país

Apesar da felicidade geral dos argentinos por verem a seleção retornar a uma final de Copa do Mundo, a segunda nos últimos três mundiais, o país passa por momentos difíceis economicamente.

A Argentina vive reflexo de anos de más gestões e enfrentam a taxa de inflação aumentar cada vez mais e se tornar uma das mais altas do mundo. Com uma situação cada vez mais difícil, Andres afirma que a participação do país na decisão da Copa do Mundo é um alento para os problemas.

“O povo argentino é muito aguerrido, que trabalha muito e tem esse espírito patriota de entender que o país consegue muito se desenvolver. Viver momentos iguais os que a Argentina passa é realmente muito difícil. Mas conversando com amigos e primas que moram lá, estão muito felizes com a Copa do Mundo da seleção, sendo um alento para tudo que passam”, ressaltou.

“É como ter um dia chuvoso e ver uma nuvem se abrindo para o sol aparecer, que inclusive o sol de maio é o símbolo nacional que está presente na nossa bandeira. Por isso, acho que seria ótimo para a Argentina levar essa Copa, toda a comemoração e reunir de fato todo o país em uma alegria”, completou.

O certo é que quando a bola rolar, às 12 horas, horário de Brasília, o coração de Andres e mais de 45 milhões de argentinos vai bater mais forte, sonhando com dias melhores no país vizinho do Brasil e com a alegria voltando a aparecer nos rostos do povo argentino.