Mesmo com desfalques e desconfiança pelo futebol apresentado pré-Mundial, a seleção francesa deu de ombros para as críticas e se tornou a primeira equipe a se classificar com antecedência para a próxima fase da Copa do Mundo 2022.
A vaga foi conquistada ao derrotar a Dinamarca neste sábado (26) por 2 a 1, no Estádio 974, pela segunda rodada do grupo D.
Além da classificação antecipada, a seleção atual campeã mundial quebrou um tabu que vinha assombrando as últimas equipes, principalmente da Europa, a conquistar a taça do mundo. Isso porque desde 2002, o time atual campeão mundial sempre era eliminado precocemente na fase de grupos da Copa seguinte.
> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
A única seleção que não sofreu com esse tabu no intervalo foi a seleção brasileira, curiosamente a única não europeia a levantar a taça nesse período. Após conquistar o título em 2002, no Japão, o Brasil de Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho passou com facilidade da primeira fase na Alemanha, em 2006, mas acabou caindo para a França nas quartas de final.
O curioso foi que essa sina começou justamente com os franceses, no início do século. Campeões do mundo em 1998, a França chegou como uma das favoritas ao mundial de 2002.
Porém, com Zidane (principal craque do time) longe da forma ideal, a equipe caiu logo na fase de grupos, somando somente um ponto em três partidas.
Tabu criado
Mesmo com a seleção brasileira passando ilesa por essa “maldição”, o tabu continuou a ser mantido pelos europeus nos três mundiais seguintes. Em 2010, a atual campeã Itália, com alguns remanescentes da conquista na Alemanha quatro anos antes, caiu na fase de grupos, terminando na lanterna da chave que também tinha Nova Zelândia, Eslováquia e Paraguai (estes dois últimos acabaram classificados).
Naquele mesmo mundial, a Espanha acabaria se sagrando campeã mundial de maneira inédita com o badalado estilo “tiki-taka”. Porém, quatro anos depois, na Copa do Mundo do Brasil, os espanhóis também sofreram com essa sina.
Já sem alguns dos atletas campeões em 2010 e com a equipe mais envelhecida, a Fúria sucumbiu ainda na fase de grupos após ser goleada na estreia pela Holanda e cair para o Chile na segunda rodada, mesmo restando ainda uma partida. Na rodada final chegou até vencer a também eliminada Austrália, mas amargou deixar a Copa mais cedo.
Por fim, a Alemanha, campeã mundial no Brasil com autoridade, aplicando a maior derrota da história da nossa seleção na semifinal (7 a 1) e conquistando o título sobre a Argentina, no Maracanã.
Na Copa seguinte, os atuais campeões não teriam dificuldade, em tese, no grupo com México, Suécia e Coreia do Sul. Entretanto, quando a bola rolou, mais uma vez a maldição atingiu os detentores do troféu. Na estreia derrota para o México por 1 a 0. Na sequência, venceu os suecos de virada por 2 a 1 e teve uma esperança. Mas, na última rodada, caiu para a Coreia do Sul por 2 a 0 e deu adeus ao sonho do penta.
Fim do tabu?
Primeira a sere atingida pela “maldição do campeão”, a França conseguiu encerrar o tabu neste sábado (26). Campeões mundiais em 2018, os franceses sofreram com problemas de vestiário nesse ciclo. Além disso, perdeu nomes importantes na equipe como o próprio Pogba, Kanté, Nkuku e o atual melhor do mundo Benzema.
No entanto, mesmo com todas as adversidades, a equipe venceu as duas primeiras partidas do grupo D da Copa do Mundo. Goleou a Austrália na estreia, 4 a 1 de virada, e derrotou a Dinamarca por 2 a 1, confirmando a vaga nas oitavas de final.
Se este é o fim do tabu, isso será confirmado nas próximas edições da Copa do Mundo. Mas o que se sabe é que os Le Bleus seguem vivos no mundial e prometem dar trabalho para quem aparecer pelo caminho na busca pelo tricampeonato.