Os 44 alunos furados com a mesma agulha em escola por um professor de Química, na cidade de Laranja da Terra, no Noroeste do Espírito Santo, tiveram novas amostras de sangue coletadas. O material foi encaminhado para Vitória para realização de análises. De acordo com a mãe de um dos alunos, os testes são para identificar hepatites.
Durante a aula, o professor realizou uma demonstração de tipo sanguíneo e convidou os estudantes para verem seus próprios sangues no microscópio. Porém, utilizou o mesmo material de coleta, esterilizando apenas com álcool.
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Sem se identificar, a mãe de um dos alunos contou como foi a conduta da escola com a situação e informou que se sentiu exposta. Ela, por exemplo, só descobriu o que tinha acontecido porque foi para o hospital agendar um exame e, por acaso, encontrou o filho e os colegas realizando testes rápidos.
“Vi meu filho com um grupo grande de alunos e a polícia. Ninguém soube me explicar com exatidão o que estava acontecendo. Achei muito triste tudo o que aconteceu. A escola não entrou em contato com os pais para solicitar nossa presença para acompanhá-los no hospital ou para informar o ocorrido”, disse.
A mãe informou, ainda, que a escola realizou uma reunião coletiva com os pais, que se sentiram expostos. Atualmente, estão todos em um grupo de WhatsApp para receber atualizações do caso.
Novos exames são previstos
O secretário estadual de Educação, Vitor de Ângelo, explicou que foi uma situação pontual, mas grave, e que os alunos repetirão os exames em 30, 60 e 90 dias para a confirmação dos resultados negativos.
“Foi uma atividade realizada com uma lanceta, é como se fosse uma caneta, que extrai superficialmente uma gotícula de sangue. Ocorre que isso foi feito sem os devidos cuidados e sem o conhecimento da escola. Uma vez que previamente a instituição não sabia dessa atividade, não pôde usar dos recursos que tem em caixa para providenciar os materiais para que essa atividade seja realizada com segurança”, completou.
Os envolvidos recebem apoio psicológico e de assistência social pela Secretaria Estadual de Educação (Sedu).
Professor foi demitido após caso
A denúncia de que o professor de química havia perfurado os alunos com a mesma agulha em escola, durante um teste de tipo sanguíneo, chegou primeiro à Polícia Militar. Agora, o caso é investigado pela Polícia Civil e a corregedoria da Sedu.
O espaço segue aberto para manifestação do professor envolvido.