Toda a extensão do telhado da Igreja Matriz da Paróquia São João Batista, em Muqui, na região Sul do Espírito Santo, foi afetada por um ataque de cupins.
A igreja passou por uma vistoria do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), na última quinta-feira (20), que constatou sobrecarga da estrutura, além de fissuras nos pilares de sustentação e ponto de ligação entre a parte inferior e os adornos de madeira.
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A vistoria foi realizada por dois engenheiros do Conselho, além do presidente, Jorge Silva. O objetivo da análise era atender demanda do responsável da igreja, padre Enildo Genásio de Souza.
O padre pediu ao Crea-ES um parecer sobre as condições da igreja, a vistoria consistiu de avaliação visual das estruturas de madeira do telhado, além das laterais. Para isso, o prédio foi fotografado e os principais problemas da estrutura foram identificados.
De acordo com o engenheiro Erivelto Diogo, há problemas que dificultaram uma análise mais completa da estrutura da igreja, como a falta dos projetos arquitetônicos e estruturais, além de o próprio fato de o prédio ser uma construção antiga.
Nosso diagnóstico baseou-se nas características visuais de sinais de manifestações patológicas por agentes bióticos. A idade da estrutura combinada com a falta de um programa de manutenção estabelecido e, ainda, com a ausência de um tratamento preventivo, fizeram potencializar o surgimento de manifestações patológicas na estrutura de madeira da cobertura do templo, disse.
Área restrita
Após a vistoria, o Crea-ES propôs que o acesso à igreja fique limitado a pessoas que realizarão levantamentos técnicos, reforços estruturais e recuperação da estrutura do prédio.
Além disso, também foi recomendada a contratação de profissionais para inspeção predial total do local, e a elaboração de projeto estrutural do telhado.
Também será necessário, segundo o Crea-ES, contratar um profissional para dedetizar a igreja, além de imóveis próximos ao local e a área verde que fica no entorno do templo.
O Crea também aconselhou que os responsáveis pela igreja comuniquem os órgãos responsáveis, como Defesa Civil Estadual, a Secretaria de Estado da Cultura, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
Isso por conta da gravidade do prejuízo causado às estruturas da igreja devido à infestação.
O Relatório Técnico de Vistoria do Crea-ES ressalta que a edificação possui nível de proteção e conservação rigorosa no que se refere a preservação dos valores que ultrapassam aos valores materiais, dada a sua importância e ao seu significado histórico, artístico e cultural.